A Delegacia de Repressão a Sequestros (DRS) tem mais três suspeitos de participar do rapto do jovem de 23 anos, no último dia 26, em Planaltina. Uma mulher e dois homens estão foragidos e, segundo o titular da DRS, Eric Seba de Castro, a Polícia Civil já tem mandado de prisão contra os outros envolvidos. A quadrilha, que também sequestrou, no começo de agosto, uma idosa de 74 anos, já planejava outra ação semelhante para daqui a 10 dias, contados a partir de terça-feira última, data-limite para que a família do rapaz pagasse o resgate de R$ 80 mil. ;Pretendemos, no mais curto espaço de tempo, prender essas pessoas;, declarou Seba.
O rapaz foi libertado na noite da última terça-feira. Os três sequestradores que tomavam conta dele em uma casa na Quadra 21, Conjunto F do Arapoanga, em Planaltina, reagiram à tomada policial e foram baleados. Um morreu na hora e outros dois ainda foram levados para o hospital da cidade, mas não resistiram. Todos tinham passagem pela polícia. Luiz Romão de Morais, 25 anos, e Cleomar Pereira Rodrigues, 24, respondiam por furto, e Luiz Carlos Almeida, 24, por roubo e latrocínio (assalto seguido de morte).[SAIBAMAIS]
Segundo a polícia, Luiz Romão foi quem alugou a casa em frente a um colégio público para servir de cativeiro. A construção é pequena, parcialmente rebocada, e tem um quarto, um banheiro e uma sala. O imóvel foi alugado no fim de julho, já com a intenção de ser usado como esconderijo. Seba considerou o planejamento de um outro sequestro em um espaço tão curto de tempo como ousado.
Investigação
De acordo com o delegado, a investigação sobre o rapto do jovem foi minuciosa. A polícia fez uma análise das características dos dois sequestros para ter a certeza de que se tratava da mesma quadrilha. Além disso, os policiais trabalharam com aparatos tecnológicos, infiltração de agentes, levantamento de fichas criminais e teias de relacionamento para chegar aos criminosos e ao cativeiro. A DRS não quis dar mais detalhes da investigação para não interferir na busca dos outros suspeitos. ;Quando confirmamos e vimos o momento oportuno, invadimos a casa. Infelizmente, eles (os bandidos) reagiram e foram mortos na ação;, afirmou o delegado.
A família do rapaz está traumatizada e enfrenta dificuldades para voltar à rotina. O jovem está sob acompanhamento psicológico. Durante os seis dias de cativeiro, ele foi deixado com fome. Apenas no último dia, os sequestradores deram farinha de mandioca para o rapaz, que é filho de um dono de uma pizzaria de Planaltina. Nenhum valor foi pago e a vítima, cujo nome não foi divulgado, saiu sem ferimentos da operação.