A audiência pública ficou marcada para o dia 2 de outubro, no Condomínio Jardim América, Bairro Contagem. De 14h às 18h, moradores e ambientalistas poderão discutir e opinar sobre a obra.
Em março deste ano, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) autorizou o início da obra, orçada em R$ 47 milhões. Mas a duplicação foi embargada pelo Instituto Chico Mendes, órgão ambiental do governo [SAIBAMAIS]federal, por conta da proximidade com a Reserva da Contagem. A paralisação dos trabalhos deixou a pista perigosa. Os postes foram retirados e a área está às escuras. A terra acumulada às margens da rodovia é arrastada para o asfalto e o barranco no lugar do acostamento ameaça desmoronar.
Com as chuvas da semana passada, parte dos sedimentos da obra acabou indo parar no leito do rio. "No estágio em que se encontra a obra, o risco ambiental é muito maior", argumenta a presidente da União dos Condomínios Horizontais e Associação de Moradores do Distrito Federal (Única-DF), Júnia Bittencourt.
A Unica-DF, a Associação de Moradores do Grande Colorado (AMGC), Associação deMoradores da Vila Basevi (AMVB), Associação de Moradores do Bairro Contagem (AMBC) e moradores dos condomínios da região fizeram, na manhã de hoje, uma manifestação em prol da retomada das obras. Eles saíram por volta de 6h30 do Posto Contagem, em Sobradinho II, e percorreram a DF-150 em carreata até o trevo da BR-020, onde fizeram um ato, encerrado às 8h30.
Pista perigosa
Moradora do condomínio Jardim Europa II, a corretora de imóveis Margarete Corrêa, 65 anos, levantou mais cedo para participar da carreata. Vítima de um acidente de trânsito na rodovia, em novembro de 2007, até hoje sofre com um pinçamento na coluna e terá que enfrentar uma cirurgia no pescoço.
Motivada pela drama pessoal, ela entrou na luta pela duplicação da pista. "É normal você ver acidentes por aqui. Tem que haver necessidade por parte desse órgão (Instituto Chico Mendes), porque se eles defendem o meio ambiente, nós seres humanos fazemos parte desse meio ambiente também", diz Margarete.