Jornal Correio Braziliense

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Levantamento mostra que PMDB terá o maior tempo na TV e no rádio nas eleições de 2010

A intensa negociação já iniciada em torno das alianças partidárias para 2010 tem um motivo além do interesse em buscar aliados com cacife eleitoral. Um dos trunfos das legendas nas discussões em torno das composições políticas é o tempo de rádio e televisão que poderão oferecer na campanha para a divulgação dos programas dos candidatos a governador. Nesse quesito, o PMDB, que vem sendo cortejado por todas as frentes, é o campeão: terá a maior grade de propaganda, cerca de cinco minutos entre os 40 minutos diários que os concorrentes ao Executivo terão para se apresentar ao eleitor.

Legendas com as maiores bancadas na Câmara dos Deputados, PT, PSDB e DEM também poderão contar com espaço ampliado para usar na campanha (veja quadro ao lado). Levantamento feito pelo Correio, com base na Lei n; 9.504/97(1), que regula as eleições, estima que o governador José Roberto Arruda terá 60% do tempo dedicado na campanha à exibição do programa eleitoral, caso consiga manter uma aliança semelhante à que dá sustentação ao seu governo. Considerando uma composição do DEM com o PMDB, PSDB, PP, PR, PPS e PV, Arruda poderá apresentar as realizações de sua gestão em cerca de 12 dos 20 minutos de cada programa.

Pela legislação, as candidaturas ao governo são divulgadas nos 45 dias anteriores à antevéspera das eleições, sempre às segundas, quartas e sextas-feiras. São dois programas de 20 minutos, veiculados obrigatoriamente no rádio e na televisão. ;É por isso que (Joaquim) Roriz tenta buscar o controle do PMDB para concorrer às eleições. O partido pode fazer uma grande diferença;, analisa o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB). Para ele, a propaganda partidária atinge principalmente as classes D e E, justamente a base eleitoral de Roriz que deverá ser disputada pelos demais concorrentes.

Se o ex-governador do DF deixar o partido para concorrer ao Executivo pelo nanico PSC, como cogita em caso de não garantir a legenda pelo PMDB, Roriz terá assegurado menos de 30 segundos, segundo apuração do Correio, para se apresentar ao eleitorado durante a campanha. Ele ainda poderá ampliar esse tempo de exposição com coligações fechadas com outras legendas, mas dificilmente alcançaria uma propaganda superior a três minutos.

Na avaliação do sociólogo Fernando Jorge Caldas, dono de um instituto de pesquisas, essa é uma grande restrição para Roriz. Ele, no entanto, avalia que o ex-governador pode vencer a adversidade com uma campanha vigorosa nas ruas, já que é bastante conhecido no Distrito Federal. ;Roriz pode apostar num segundo turno, quando o tempo de televisão é dividido igualmente entre os dois candidatos;, acredita. A divisão do tempo de televisão também pode prejudicar candidaturas como a do senador Gim Argello (PTB), se ele não fechar uma parceria com outros partidos. ;Estou trabalhando por isso. Acredito que teremos pelo menos três minutos de propaganda. Mas não revelo ainda com quem tenho conversado;, garante Gim, que é presidente regional do PTB.


1 - O cálculo
Os candidatos a governador têm 40 minutos de programa três vezes por semana. O tempo é dividido em dois blocos de 20 minutos, sendo um terço rateado para todos os candidatos e dois terços proporcionalmente ao número de deputados federais filiados aos partidos desde o início da legislatura. Nas coligações, são somados os tempos de cada partido.

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