Nas duas instâncias em que ingressou, Roriz conta com a força de aliados, o que pode lhe render vantagem. O presidente do Conselho de Ética do partido, Lázaro Barbosa, tornou-se também o relator do processo que tenta afastar o atual presidente do PMDB-DF, Tadeu Filippelli. Próximo ao grupo que apoia o ex-governador na Câmara dos Deputados, Barbosa é tido como um amigo de Roriz. A presidente do PMDB nacional, Íris de Araújo (GO), também mantém laços políticos e de amizade com o ex-governador, o que segundo a interpretação do grupo próximo ao de Roriz pode ajudá-lo na tentativa de dissolução do comando local.
Na semana passada, Lázaro Barbosa foi acusado de manter conduta suspeita no processo de intervenção. O principal argumento alegado é o de que o relator teria adiantado sua opinião sobre os depoimentos previstos ao se valer do jargão jurídico de que a testemunha é a prostituta das provas. A exceção de suspeição, nome técnico dado ao pedido de afastamento do relator, adiará o desfecho do processo de intervenção. No início da tarde de ontem, tanto as testemunhas de defesa quanto as de acusação foram comunicadas pelo Conselho de Ética sobre o adiamento dos depoimentos, que estavam marcados para as 9h de hoje, na presidência do PMDB.
[SAIBAMAIS]Segundo Lázaro Barbosa afirmou ao Correio, ele ainda não teve acesso ao teor da ação que pede seu afastamento do caso. Mas afirmou que avaliará ainda hoje o documento e não descartou a hipótese do próprio desligamento no pedido de intervenção: ;Se eu entender que há razões objetivas para o meu afastamento, posso até analisar a hipótese de outro relator. Mas a competência de indicar outro nome é minha, e essa competência ninguém tira. O Conselho de Ética tem total autonomia, nem o diretório nacional pode interferir;, avisou Barbosa.
No Supremo
O Correio errou ao informar na edição do último domingo que o deputado federal Laerte Bessa foi indiciado em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de formação de quadrilha, peculato, lavagem ou ocultação de bens e práticas de irregularidades eleitorais. Na verdade, em novembro de 2007, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou o parlamentar ao STF por esses crimes. No entanto, no último dia 12, o relator do Inquérito 2.661 no Supremo, ministro Eros Grau, determinou que nos autos fosse mantida apenas a referência ao crime de peculato. ;Determino à secretaria a exclusão do sítio do STF na internet, das demais imputações, bem como a retificação das etiquetas constantes da capa dos autos, a fim de que permaneça, em um e outro, apenas a referência ao crime de peculato;, determinou o ministro. Peculato é quando um funcionário público se utiliza de seu cargo para desviar dinheiro público ou bens em proveito próprio ou alheio.