Jornal Correio Braziliense

Cidades

Supermercados ampliam leque de ofertas de alimentos que não exigem preparo

É fim do expediente e você está cansado. Sai do trabalho e entra no carro. No caminho de casa, a fome aperta. Logo vem a dúvida: o que comer ao chegar? O cansaço não permite que se passem horas preparando o alimento. Além disso, você mora só e tudo que faz sobra. A resposta, então, vem fácil à mente. Aquela porção de vegetais frescos processados comprada no supermercado ainda está na geladeira. Em cinco minutos, o produto, misturado ao molho pronto que também está lá, conservado, fica no ponto para comer. Não houve perda de tempo nem trabalho para lavar as panelas. Se você se encaixou no texto acima, faz parte do novo perfil de consumidores que buscam praticidade quando vão às prateleiras dos supermercados. São geralmente recém-casados ou solteiros que trabalham fora e não têm tempo para se dedicar à arte de cozinhar. Trata-se de consumidores que fizeram com que a indústria se adaptasse e fizesse produtos dedicados a esse novo nicho de mercado.

A Alimentos Primavera ; agroindústria de alimentos processados de Brazlândia ; começou no Incra 8 há 11 anos. No início, em 1998, a empresa tinha sete funcionários. Com a grande procura pelos produtos quase prontos nos mercados, ela cresceu e hoje emprega 100 trabalhadores, um aumento de 1.328% desde a criação. ;As verduras têm cinco dias de validade e, em alguns mercados, trocamos após o prazo. É feito um controle rigoroso;, conta o gerente administrativo da empresa, Wesley Lopes Gomes, que vende 90 toneladas de verduras e legumes por mês, uma média de 3t ao dia.

A servidora pública federal Cláudia Guimarães, 40 anos, é cliente desses produtos práticos. Toda semana, vai ao supermercado buscar alimentos frescos. Ao escolher mandioca, nada de cascas cheias de terra. Para não ter que sujar as mãos nem correr o risco de pegar um produto ruim, ela vai direto ao saquinho de raízes limpas, cortadas e descascadas. ;É um pouco mais caro, mas vale a pena. A gente paga o preço do serviço que não sabemos fazer;, constata a moradora do Sudoeste.

Alimentos cada vez mais práticos são um tendência do mercado de Brasília. De acordo com uma pesquisa de âmbito nacional realizada pelo Sindicato das Indústrias de Alimentação de Brasília (Siab), vários fatores influenciam pela busca incessante de alimentos semiprontos. Os consumidores são, geralmente, solteiros, trabalham o dia inteiro e moram sozinhos em apartamentos; e recém-casados que passam o dia no serviço, não têm empregada doméstica nem tempo para cozinhar. A inserção de mulheres no mercado de trabalho também contribuiu para essa mudança de perfil. Em 2005, havia 43% de mulheres economicamente ativas no país. Para 2010, a tendência é de que o número cresça para 46%, ou seja, de 51 milhões para 64 milhões de mulheres ocupando algum cargo em empresas.

Leia matéria completa na edição deste domingo do Correio Braziliense