Há casos em que a taxa de condomínio é mais cara que o próprio aluguel. Na avaliação do presidente do Sindicondomínio, José Geraldo Dias Pimentel, o aumento observado este ano nada mais é do que um ajuste nas contas. ;Aumenta água, energia elétrica, aumenta tudo. Claro que precisa haver um alinhamento de preço;, justifica. ;É apenas um reflexo. Não é que está ficando mais caro, é que alguns custos precisam ser administrados;, completa Pimentel.
Os prédios das asas Sul e Norte têm, geralmente, 48 apartamentos. A taxa de condomínio é um rateio das despesas comuns. Gasta-se com funcionários, manutenção, conservação, luz. Porém, a conta mais cara costuma ser a de água. A síndica do Bloco K da 311 Sul, Edivânia Alves, 50, paga todo mês pelo menos R$ 5 mil à Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), o equivalente a um quarto do total das despesas do condomínio.
Edivânia é síndica há quatro anos. Quando assumiu o cargo, o prédio tinha 35 anos de existência e nunca havia passado por uma grande obra. Não teve jeito, segundo ela. Somadas à taxa de condomínio ; de R$ 450 ou R$ 400, para quem paga até o dia 10 ;, surgiram as taxas extras. Atualmente são três, que podem chegar a R$ 600. ;Quem reclama fica satisfeito depois, quando vê o resultado;, comenta ela, ao mostrar a reforma do pilotis, da fachada, das janelas e a construção do jardim.
O presidente do Sindicondomínio acredita que o custo de vida nos condomínios está mais alto também pela exigência dos moradores. ;Todo mundo quer melhores condições e qualidade de vida. Então, se o morador exige benefícios, mais serviços e opções, é óbvio que isso vai influenciar na taxa;, argumenta. No entanto, Pimentel critica as taxas extras. As reformas são necessárias, mas, para ele, podem ser feitas sem cobrar além da taxa normal. ;Falta planejamento;, opina. Para auxiliar os síndicos na tarefa de administrar um condomínio, o sindicato lançou o primeiro curso superior (1)em gestão na área, que será ministrado por professores do Centro Universitário do DF (UDF).
[SAIBAMAIS]O aposentado Antônio Alves, 64, não reclama da taxa extra de R$ 160 exigida para o início da obra que vai trocar as esquadrias da fachada do prédio. ;Se não tem reforma a coisa não melhora, né?;, afirma. O prédio em que vive, na Quadra 1307 do Cruzeiro Novo, tem 24 apartamentos distribuídos por quatro andares. Não há elevadores. ;Pago R$ 430 de condomínio mais taxa extra, mas pelo menos estou morando em uma área boa;, avalia.
No Sudoeste, o bancário Marcelo Siconi, 29, desembolsa quase R$ 500 de condomínio. O prédio tem menos de dois anos. São quatro andares, com 30 apartamentos do tipo loft em cada um. Recentemente, os moradores decidiram romper o contrato com uma empresa de professores de educação física, que atuava na academia do prédio. A medida diminuiu um pouco a taxa mensal. ;Foi uma questão de bom senso. Poucas pessoas estavam usando o serviço;, explica o bancário.
A decisão serve de exemplo, na opinião do presidente do Sindicondomínio. Pimentel defende que os moradores precisam assumir o compromisso de reduzir custos para, então, poder exigir taxas menores. ;As pessoas precisam ser mais participativas, colaborar mais com o síndico com ideias e soluções;, comenta. Por sua vez, lembra, o síndico não deve deixar que o contador seja o responsável pelo controle das despesas. ;Essa responsabilidade é do síndico;, sustenta.
1 - Gestão
As provas do vestibular para o curso superior em gestão de condomínio serão aplicadas amanhã. Os aprovados terão aulas em áreas como planejamento, desenvolvimento sustentável, gestão de pessoas e direito. O curso, com duração entre 2 e 3 anos, será ministrado por professores do Centro Universitário do DF (UDF).
; HIDROMETRAÇÃO FACULTATIVA
A instalação de hidrômetros individuais nos prédios residenciais do Distrito Federal não é mais obrigatória desde o início deste mês, quando foi publicada no Diário Oficial do DF uma lei que torna facultativo o uso do sistema de medição do consumo de água por apartamento. Cada condomínio, no entanto, terá de decidir, em assembleia, se irá ou não adotar a hidrometração individual. Caso a maioria vote por não instalar o sistema, o condomínio será responsável por comunicar a decisão à Agência Reguladora de Águas e Saneamento do Distrito Federal (Adasa) até janeiro de 2015. A hidrometração individual faz com que os condomínios gastem menos com água. Uma lei de 2005 tornou obrigatória a instalação do sistema até 2010. Mas a legislação criou polêmica e muitos síndicos reclamaram da obrigatoriedade, sob a alegação de que não tinha viabilidade técnica e/ou financeira.