Apesar da manifestação na manhã desta quarta-feira (12/8), a população de Águas Lindas (a 47km de Brasília) não terá linhas especiais de ônibus, operadas por uma empresa do DF, como ocorreu em Planaltina de Goiás. O prefeito da cidade, Geraldo Messias (PP), e uma comissão de moradores se reuniram hoje com o governador do DF, José Roberto Arruda, mas ele se comprometeu apenas em marcar uma reunião com o governador de Goiás e os prefeitos das cidades do Entorno para tentar resolver o problema do alto preço das tarifas.
Arruda descartou uma medida emergencial como a de Planaltina de Goiás, onde a Copertrans assumiu o transporte de passageiros até a divisa do DF com o estado vizinho. De acordo com o prefeito, o governador do DF disse que tentará firmar um convênio com Goiás e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), para solucionar a questão de forma definitiva, não apenas para Águas Lindas, mas em todas as cidades limítrofes da capital federal.
A população de Águas Lindas amanheceu sem ônibus nesta quarta-feira, por causa de uma greve dos rodoviários. Indignados por não ter como ir ao trabalho, os usuários do transporte coletivo aproveitaram a ocasião para protestar contra o aumento da tarifa, ocorrido há cerca de 15 dias. Os moradores consideram abusivo o reajuste de R$ 4 para R$ 4,25.
Manifestantes fecharam três pontos da BR-070. A rodovia que dá acesso ao DF é também a via principal da cidade. Em quase seis horas de protesto, eles queimaram quatro ônibus, atearam fogo em pneus e quebraram uma viatura do Corpo de Bombeiros do DF.
Em meio a confusão, um policial militar foi ficou ferido. O subcomandante da PM de Águas Lindas, capitão José Alves, foi atropelado por um fiscal da empresa Taguatur que tentava retirar um ônibus da garagem. O policial teve a bacia fraturada e as duas panturrilhas dilaceradas. Ele está no Hospital de Base do Distrito Federal, onde passa por cirurgia na tarde de hoje.
Rodoviários
Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Entorno, Reinan Ferreira, a categoria vai aguardar até a assembléia, no próximo domingo, para decidir se aceitam a proposta dos patrões ou paralisam as atividades novamente.
Líderes do sindicato se reuniram nesta tarde com representantes das empresas, na sede da Taguatur, e apresentaram uma pauta de reivindicações com 18 itens. Entre eles, os principais eram: reajuste salarial de 18%; aumento no ticket de alimentação mais uma cesta básica no valor de R$ 90; pagamento de gratificação e redução da carga horário de 7h20 para 6h40.
Em contraproposta, as empresas ofereceram um aumento de 7,5% e hora extra em caso de meia viagem. "Eles também mostraram disposição para discutir os outros itens da pauta", disse o presidente do sindicato.