Nesta época do ano, em meio ao tempo seco que tanto incomoda os brasilienses, a paisagem árida do Distrito Federal ganha uma nova coloração. De julho até o mês de setembro, as flores dos ipês-amarelos surgem nas copas das árvores e se mostram bem resistentes à baixa umidade registrada no período. As folhas secas saem de cena e dão lugar à floração que encanta observadores.<br /><br /><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/pri-0708-3811x_0_0.jpg" alt="A estudante Ana Carolina Ferreira faz fotos de algumas árvores que colorem a paisagem da UnB" />A professora de arborização e paisagismo da Universidade de Brasília Carmen Regina Correia explica que o ipê-amarelo costuma aparecer em todos os biomas brasileiros. Ao todo, há sete espécies nativas do país já catalogadas até hoje. O cerrado abriga três delas: Tabebuia serratifolia, Tabebuia aurea e Tabebuia ochracea, todas da família Bignoniaceae. Para Carmen, além do colorido que os ipês-amarelos conferem à paisagem, eles têm grande importância ecológica. ;As flores são chamativas e atraem muitos polinizadores;, diz. Há vários nomes populares ;ipê-amarelo-do-cerrado, ipê-caraíba, pau-d;arco ; para denominar essas árvores que guardam características semelhantes, como as flores em tons de amarelo e o tronco tortuoso, típico de espécies de cerrado.<br /><br />Como costuma fazer todos os dias, a bacharel em direito Miriam Siqueira de Paula, 49 anos, moradora da Asa Sul, vestiu uma roupa confortável, calçou um par de tênis e partiu para a rua para fazer uma caminhada. Próximo à Universidade de Brasília (UnB) avistou um ipê-amarelo e não hesitou em comentar: ;É muito lindo;. Ela pretende voltar ao local para fotografar a árvore e registrar a bela paisagem. Miriam chegou a Brasília há pouco mais de quatro anos e logo se encantou. ;A cidade está sempre florida;.<br /><br />Ana Carolina Ferreira, 13 anos, é estudante do 8; ano e precisava fazer um trabalho de fotografia para a escola. Passeava de carro com a família, avistou alguns ipês-amarelos na rua e, por sugestão da mãe, desceu do carro e tratou de fotografar as árvores de flores amarelas e vistosas, algumas delas já no chão. ;Elas ficam muito bonitas nessa época;, anima-se a estudante, que registrou várias imagens da espécie.<br /><object width=435 height=346><param name=;movie; value=;http://www.dzai.com.br/static/ps9.swf;></param><param name=;allowFullScreen; value=;true;></param><param name=;allowscriptaccess; value=;always;></param><param name=;flashvars; value=;video_id=7a8e08c19252b2ac694bdf3df7a5b4fb=http://www.dzai.com.br/static/user/33/33624/77264806c6493f49b252832c887a51ba_preview.jpg=false=true; /><embed src=;http://www.dzai.com.br/static/ps9.swf; type=;application/x-shockwave-flash; allowscriptaccess=;always; allowfullscreen=;true; width=;435; height=;346; flashvars=;video_id=7a8e08c19252b2ac694bdf3df7a5b4fb=http://www.dzai.com.br/static/user/33/33624/77264806c6493f49b252832c887a51ba_preview.jpg=false=true;></embed></object><br />A frentista Alessandra Silvestre da Silva, 30 anos, moradora do Paranoá, sente-se privilegiada com a vista que tem todos os dias. Ela trabalha em um posto de gasolina rodeado de ipês-amarelos. Ao longo do dia, Alessandra se pega olhando para as flores. ;As árvores estavam tão secas e sem vida e agora estão assim!&rdquo;, alegra-se. A frentista conta que muitas pessoas costumam para no local para tirar uma foto.<br /><br /><strong>Plantios</strong><br /><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/pri-0708-3810_0_0.jpg" alt="O agrônomo Leandro Couto mapeia matrizes: "A árvore é muito bonita, não tem como não reparar"" />Segundo o arquiteto Raimundo Gomes Cordeiro, do Departamento de Parques e Jardins (DPJ) da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), a espécie Tabebuia serratifolia é a mais utilizada na arborização da cidade. ;Nos últimos quatro anos, plantamos 32 mil exemplares da árvore. É o nosso carro-chefe;, diz. Cordeiro afirma também que no DF há exemplos da Tabebuia aurea, conhecida como ipê-caraíba, por se adaptarem bem ao solo.<br /><br />Chefe da Divisão de Implantação de Áreas Verdes do DPJ, Cordeiro explica que, para a cidade ganhar esse colorido que tanto chama a tenção de moradores e visitantes, é preciso mapear o DF. É feito um levantamento em todas as áreas urbanas e parques para determinar as diretrizes do órgão. Entre os meses de novembro e março, período de chuvas, o programa de arborização é executado. ;Vamos introduzir o ipê-verde na cidade junto às outras espécies;, revela.<br /><br />O agrônomo Leandro Ribeiro Couto, 25 anos, trabalha em parceria com o biólogo Bernardo Ramos, 26 anos, no mapeamento de matrizes para a coleta de sementes. Ele pretende percorrer a cidade para a conclusão do estudo. E, enquanto identificava as espécies, aproveitou para destacar a beleza do ipê-amarelo: ;A árvore é muito bonita, não tem como não reparar;.<br /><br /><strong>Onde eles estão</strong><br /><br />Ao longo do Eixão Sul<br /><br />Lago Norte (próximo à QI 11)<br /><br />Próximo ao Autódromo Internacional Nelson Piquet<br /><br />Universidade de Brasília<br /><br />Setor de Indústria e Abastecimento<br /><br />Próximo ao Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF)<br /><br /><br />PARA SABER MAIS<br /><strong>Peculiaridades das espécies</strong><br /><br />Segundo a professora de arborização e paisagismo, algumas espécies de ipês-amarelos se mostram bem adaptadas a solos mais pobres. No DF, após o período chuvoso, o ipê-amarelo perde todas as folhas. É na época da seca que as flores aparecem. Elas dão origem aos frutos e sementes. A frutificação ocorre entre os meses de setembro e outubro.<br /><br />Na medicina popular, acredita-se que as folhas, flores e a casca de algumas espécies de ipê-amarelo têm propriedades curativas. A madeira, de alta densidade, é dura e pesada e amplamente empregada na construção civil e na confecção de mobiliário.