O Colégio Militar de BrasÃlia (CMB) decidiu suspender as aulas por causa da gripe A (H1N1), também conhecida como gripe suÃna. Um aluno da escola, de 13 anos, que cursa o 8º ano e cujo nome não foi divulgado por orientação da Secretaria de Saúde, teve de ser internado ontem no Hospital das Forças Armadas (HFA) com sintomas da doença. O pai dele esteve recentemente na Europa mas não está com sinais de gripe. Os médicos colheram amostras de secreções do garoto para fazer o exame que confirma ou não a doença. Ainda não há previsão de quando o resultado ficará pronto.
[SAIBAMAIS]
A decisão de suspender as aulas foi anunciada no fim da tarde de ontem pelo comandante-diretor de ensino do Colégio Militar, coronel Wagner Gonçalves. "A previsão é retomar o semestre na segunda-feira. Mas se houver piora no quadro de saúde do garoto ou se sair o resultado confirmando a doença, vamos adiar as aulas por mais uma semana, que é o tempo de incubação do vÃrus", disse ao Correio.
O coronel informou que o paciente começou a sentir febre e dores no corpo ontem, mas não chegou a ir a escola. O garoto estuda em uma turma com cerca de 35 alunos. "A suspensão é preventiva", explicou Gonçalves.
Os mais de 3.400 alunos do Colégio Militar retornaram das férias no último dia 27. A direção da escola informou que, à época, não viu necessidade de estender o recesso como ocorreu na rede pública de ensino porque as medidas de precaução - como a orientação a professores e a colocação de sabão lÃquido, álcool em gel e toalhas de papel nos banheiros - já haviam sido adotadas.
Na última segunda-feira (3/8), o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, reforçou a orientação de que alunos com sintomas de gripe só retornem às salas de aula quando estiverem curados. Mas criticou a suspensão de atividades em escolas inteiras por causa de suspeitas. "Quem não tem sintoma não tem que ficar em casa", disse o ministro.
Vestir a camisa
No Gama, professores, orientadores, coordenadores e outros funcionários do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 15 decidiram usar camisetas com informações sobre os sintomas, formas de prevenção, contágio e tratamento da Influenza A (H1N1).
Vestidos com as peças alusivas desde ontem, os professores explicam que a medida é mais eficaz do que os cartazes e folhetos convencionais. A direção do estabelecimento estuda autorizar, temporariamente, o uso da vestimenta personalizada aos alunos durante o horário das aulas.
Autor da iniciativa, o professor João Rosa Borges, 52 anos, que leciona há 23 no Gama e Zona Rural, lembra que teve a ideia no momento em que a Secretaria de Educação decidiu adiar o retorno das aulas no Distrito Federal. "Com as camisetas, a informação circula com mais eficiência e atinge o objetivo: esclarecer os estudantes sobre os sintomas, as formas de prevenção e tratamento da nova gripe", diz Borges.
No primeiro lote, foram produzidas 20 peças - todas esgotadas - ao custo unitário de R$ 10. "Todo mundo gostou e aprovou. Já estudamos, inclusive, mandar fazer mais camisas", acrescenta.
O objetivo das peças de roupa é esclarecer os 1.158 alunos das 32 turmas de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental do CEF 15 do Gama. Coordenador de Ciências e Matemática da escola, Nelson dos Santos ressalta que a medida é interessante e prática. "A camiseta tem todas as orientações necessárias para se informar sobre essa nova gripe", observa.
A orientadora educacional Sônia Bolzan também apoia a iniciativa. "É legal. Mais do que esclarecer os estudantes sobre a enfermidade, é uma forma de que todas as orientações sejam colocadas efetivamente em prática pelos alunos e funcionários", completa.
Confira videorreportagem com manifestação de professores no Gama