Jornal Correio Braziliense

Cidades

Cinco perguntas para José Luiz Valente, secretário de Educação do DF

Existem milhares de analfabetos e analfabetos funcionais no DF. Por que sobram vagas no EJA?

Por que o Governo do Distrito Federal não trabalha para reduzir o número de analfabetos e analfabetos funcionais só por meio do 1; segmento da EJA, destinado a este público. Trabalhamos ainda por intermédio do Programa ABCdf , que desenvolve com sucesso ações para erradicar o analfabetismo, e do Programa Brasil Alfabetizado do Ministério da Educação. Portanto, não podemos considerar somente a sobra de vagas no 1; segmento da EJA. Estamos aptos a atender a todos os que optarem por esta modalidade de ensino.

A evasão também é alta. Vocês já sabem o motivo de tanta desistência?

[SAIBAMAIS]São diversos os fatores que levam à evasão na EJA. É importante considerar que o MEC promove o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos ; ENCCEJA. Muitos dos nossos estudantes realizam os exames, obtêm sucesso e abandonam suas escolas por conseguirem a titulação necessária. Em recente pesquisa, o IBGE aponta como principal motivo para o abandono do curso a dificuldade de encaixar o horário das aulas com o horário de trabalho, bem como o desinteresse pelo curso oferecido.

O ensino não é interessante o suficiente para os adultos?

Na EJA, o modelo de escolarização é diferenciado. Deve-se levar em consideração que o educando trás para a escola a sua mais importante e significativa aprendizagem. Chega com experiência de vida e isto deve ser percebido pelo professor de maneira bastante sensível. Portanto, estamos estudando a implantação de um currículo específico de EJA e de uma nova proposta pedagógica voltada para o interesse deste público. A ideia central é proporcionar ao aluno da EJA um ensino mais atraente.

Qual a proposta da secretaria para atrair os novos alunos?

Estamos discutindo inúmeras mudanças. Estamos identificando os diversos fatores que levam à evasão. Daí então vamos atuar em diferentes frentes, desde a formação continuada do professor atuante na Educação de Jovens e Adultos, implantação do currículo específico para a EJA e ainda aquisição dos livros para os alunos acompanharem seus estudos. Aliás, neste instante, a sociedade está voltada para essa discussão. A EJA é um problema nacional. Em parceria com a UnB e o Sinpro, estamos promovendo, no próximo dia 15, na EAPE, o 18; Encontro de Educação de Jovens e Adultos do Distrito Federal. Vamos beber em várias fontes na tentativa de resolver um problema que é do mundo inteiro.

E para manter os que já estão no sistema?

A SEDF está elaborando uma nova proposta pedagógica para o ensino de EJA para 2010.