Os usuários do transporte público que foram até as paradas de ônibus de Sobradinho e do Paranoá se surpreenderam com a falta de micro-ônibus para irem ao trabalho na manhã desta quarta-feira (29/7). A confusão ocorreu depois que a Justiça pediu a apreensão de 50 micro-ônibus da Cooperativa Brasiliense de Transportes e Construções (Cobrataete). Os veículos fazem as linhas de Sobradinho e Paranoá e atendem cerca de 20 mil pessoas por dia.
[SAIBAMAIS]
A decisão judicial foi a favor do Banco de Minas Gerais (BMG), que alega o não recebimento do pagamento de parcelas do financiamento dos veículos. As cooperativas dizem que o acordo foi renegociado, mas o banco o descumpriu.
De acordo com a Secretaria de Trasnporte, ônibus e micro-ônibus da Planeta e Coopertran foram colocados nas ruas para substituir os veículos apreendisos. Segundo a secretaria, eles farão as mesmas linhas e passarão nos horários de tabela. Ainda não há prazo para os carros voltarem a circular normalmente.
Ele explica que o problema começou quando as cooperativas precisaram adaptar os micro-ônibus ao sistema implantado pela empresa Fácil, responsável pela venda de vales-transporte e passes estudantis.
Segundo Borges, o valor investido foi dividido em cinco vezes de R$ 127 mil, desse total, quatro parcelas já foram pagas. Por essa situação, a Cobrataete e a Coopertran decidiram em conjunto fazer uma renegociação do financiamento dos lotes com o banco BMG.
Borges conta que há cerca de 15 dias foi assinada a repactuação da dívida entre cooperativas e o banco. Mas, segundo ele, o financiador voltou atrás e alega que um dos lotes foi suspenso pela Secretaria de Transporte do Distrito Federal. Os veículos cassados pela Justiça estão na posse da Copertran, que, segundo Boges, também havia negociado o financiamento.
"Se tivesse de existir alguma apreensão baseada nesta decisão judicial, teria de ser de apenas do lote suspenso anteriormente e não de dois", argumenta Genilton. Cada lote equivale a 50 micro-ônibus.
O presidente da Cobrataete se diz surpreso com a apreensão, pois os carros barrados na madrugada de hoje estariam regularizados com o Governo do Distrito Federal e com o BMG.
"Todos os pagamentos estão em dia, conforme a renegociação assinada, mas o acordo foi quebrado, unilateralmente, pelo banco", defende. "Além da população que fica prejudicada, ainda tem os 260 motoristas que dependem do trabalho para sustentar as famílias", lamenta.