A hantavirose (1) é contraída pelo contato direto com saliva, fezes ou urina do rato silvestre (veja quadro ao lado). Essas secreções secam, misturam-se à poeira e poluem o ar que o homem respira. O animal tem como habitat as áreas rurais, mas devido à redução desses locais por causa do crescimento urbano, o rato pode se aproximar com facilidade da cidade.
Segundo a subsecretária de Vigilância à Saúde, Disney Antezana, o período de estiagem (de abril a agosto) é quando se registra o maior número de casos de hantavirose porque o tempo seco reduz a oferta de alimentos aos ratos, além de facilitar a propagação da doença. Os animais, portanto, se aproximam das áreas com maior presença humana em busca de comida ; normalmente onde há lixo e restos de alimentos.
Chuva prolongada
Apesar de este ano o período chuvoso ter se prolongado e os primeiros sinais de seca surgirem apenas no mês passado, o número de casos da doença no DF já é maior do que a quantidade registrada em todo o ano passado. A previsão meteorológica é que a estiagem e a baixa umidade permaneçam até meados de outubro, portanto, nos próximos quatro meses, é fundamental se prevenir contra a hantavirose.
Capacitação
Reuniões e cursos de capacitação foram feitos com agentes da Secretaria de Agricultura e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) para intensificar o trabalho informativo na população das áreas rurais. Dentre as orientações repassadas, a mais importante, segundo a subsecretária, é manter bem roçados de 20 a 25 metros do entorno da residência. ;Isso reduz a possibilidade de contato entre o roedor silvestre e o homem;, orienta ela.
Caso haja suspeita de contaminação, devido à apresentação de sintomas como febre alta, dores musculares, tosse, náuseas, vômito e dificuldade para respirar, durante um período de três a cinco dias, Disney Antezana recomenda a procura imediata de um posto de saúde, porque o diagnóstico precoce é essencial para a cura. ;É uma doença aguda, que evolui rapidamente;, frisa ela. O público de risco são pessoas que visitaram ou moram na área rural e que são previamente saudáveis.
Em 2007, foram registrados 10 casos da doença no Distrito Federal, que evoluíram para uma morte. O aumento das confirmações este ano, segundo Disney Antezana, está dentro do esperado. A Secretaria de Saúde descarta, até o momento, epidemia ou surto de hantavirose no DF.
1 - EPIDEMIA
Os primeiros casos da hantavirose no Distrito Federal surgiram em 2004, quando dezenas de pessoas foram contaminadas em São Sebastião. À época, a nova epidemia contaminou 38 pessoas e matou 13. Desde então, foram registrados 90 casos no DF.