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Brasilienses preferem cães menores, campeão de procura é o shih tzu

Os cachorros de pequeno porte estão no topo da lista das raças mais registradas em 2008 no Distrito Federal. No ano passado, o Kennel Club de Brasília contabilizou 4.843 filhotes (só entram na relação os animais com registro). Entre eles, 771 eram da raça shih tzu, a mais procurada na região. O cãozinho elegante e de pelos compridos vem conquistando espaço nos lares da capital há cinco anos e passou na frente de uma raça muito popular, a yorkshire. Em seguida, estão o lhasa apso e o pug (veja quadro). Líder do ranking, o shih tzu é conhecido por ser dócil e adaptar-se facilmente a apartamentos, moradia de 22,4% dos habitantes do DF. A raça entrou em ascensão na cidade há cerca de cinco anos, quando ganhou destaque em exposições. A beleza desses animais foi aprimorada depois que criadores importaram exemplares dos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e países nórdicos. ;Houve uma melhoria muito grande na qualidade do plantel;, lembrou o vice-presidente do Kennel Club de Brasília, Darson Astorga. Os animais menores estão sempre em alta na capital ; o que muda é a raça em evidência. Segundo Darson, os próximos da lista podem ser velhos conhecidos dos amantes de cachorros. ;Os poodles estão voltando;, adianta. O gosto do brasiliense pelos cães começou com a cidade. Na década de 1960, cinófilos (aqueles que gostam de cachorros) do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Minas Gerais há pouco transferidos para a capital promoveram as primeiras reuniões. Atualmente, o Kennel Club local realiza três exposições anuais, onde animais criados aqui ganham títulos no país todo. ;Brasília é uma cidade que gosta muito de cachorros. Somos fortes no cenário nacional e temos sucesso na criação;, ressalta Darson. As quatro raças mais procuradas no DF estão entre as preferidas da criadora Karla Andréia Gomes, 34 anos. Ela passa o dia rodeada por shih tzus, yorkshires, lhasa apsos, pugs e exemplares de outras seis raças. ;Sempre gostei de cachorros, e meu primeiro foi uma yorkshire. Ela deu cria e fiquei com um dos filhotes. Quando vi, já estava com 10 cachorros;, lembrou. A população canina da casa aumentou e, há 12 anos, Karla assumiu o hobby como profissão. Hoje, ela mantém 70 animais no canil Lora Danna e cuida de mais 30 em casa ; esses são os queridinhos, que a criadora não vende de jeito nenhum. ;Mesmo que eu tivesse outro emprego, continuaria mexendo com cachorros. O cão é muito importante para o ser humano, ele não deixa a pessoa entrar em depressão nem ver a vida feia como ela é;, defendeu. Em apartamentos Karla orienta os interessados em comprar um cão a escolher uma raça de comportamento adaptável à família. ;O shih tzu vai ser um palhacinho a vida toda. Com o pug, a criança pode brincar, que ele não vai morder. O lhasa apso não é muito recomendável para crianças de até 5 anos;, ensina. A dica para escolher o filhote é se aproximar da ninhada e chamar a atenção dos cães. O primeiro que atender será o líder e pode ser mais agitado. O último pode ser mais medroso ou introspectivo. ;Os do meio são ótimos para marinheiros de primeira viagem;, atenta a criadora. Nas contas de Karla, 70% dos cães vendidos no canil vão para apartamentos. Mais da metade deles é comprada por pessoas que acabaram de se casar e deixaram os cães antigos na casa dos pais. O restante, cerca de 30%, costuma ser presente dos pais para os filhos. Antes de decidir pela compra do bicho, no entanto, é preciso levar alguns pontos em consideração. ;A pessoa tem que pensar em quanto tempo vai passar fora de casa e deixar o cachorro sozinho, se vai ter tempo para caminhar com ele, se o prédio tem problemas com barulho. Às vezes, a pessoa compra um cachorro e depois não quer gastar dinheiro no pet shop ou passear com ele;, explicou Karla.