O ex-médico DenÃsio Marcelo Caron, 46 anos, será julgado nesta terça-feira (7/7) pelo Tribunal do Juri de Taguatinga. O acusado, que realizava cirurgias plásticas indevidamente, é apontado como o responsável pela morte de três mulheres em Goiânia e duas em BrasÃlia. Caron também é acusado pelo Ministério Público (MP) como responsável pela deformação de 29 mulheres, todas em consequência de falhas em procedimentos cirúrgicos. O ex-médico usava um diploma falso de especialização em cirurgia plástica.
[SAIBAMAIS]Pelos crimes em BrasÃlia, Caron vai responder pela morte de Grasiele Murta Oliveira, 26, e Adcélia Martins de Souza, 39. Elas tiveram complicações provocadas por cirurgias de lipoaspiração feitas em 2002. Em Goiânia, Caron foi condenado, em abril deste ano, pela morte da advogada Janet VirgÃnia Novaes Falleiro. A pena estipulada foi de oito anos de prisão em regime semiaberto e o pagamento de uma indenização de R$ 30 mil à s famÃlias das vÃtimas.
O ex-médico teria começado a realizar cirurgias de lipoaspiração e mamoplastia, na cidade de Goiânia (GO), em março de 2000, com pouco mais de dois anos de exercÃcio profissional e sem qualquer aperfeiçoamento técnico-cientÃfico. Em abril do ano seguinte, o Conselho Regional de Medicina de Goiás já havia recebido 24 reclamações contra o então médico.
A desconfiança com relação ao profissional levou o MP a fazer um acordo com Caron, em que ele assumiu o compromisso de não realizar cirurgias até a investigação final das queixas. O acusado, no entanto, desrespeitou o compromisso e se transferiu para BrasÃlia, onde realizou cirurgias no Hospital Santa Marta e no Centro Cirúrgico do Hospital Anchieta, ambos em Taguatinga.
Por seis meses, Caron fez cirurgias plásticas e de lipoaspiração em pacientes do DF que não conheciam o seu passado na capital goiana. Aqui, ele exerceu tranquilamente a profissão até janeiro de 2002, quando a secretária Adcélia morreu no Hospital Anchieta, após lipoescultura completa nos glúteos, barriga e culote. Em 15 de fevereiro, morreu a quinta vÃtima de do médico, a estudante Graziela, que fez plástica no hospital Santa Marta.
Ainda em fevereiro de 2002, o Conselho Regional de Medicina de Goiás suspendeu o registro de Caron, após a Justiça Federal ter proibido o médico de exercer a profissão até que fossem apuradas as denúncias. Na última semana, Caron teve um habeas-corpus negado pelo Supremo Tribunal Federal, o qual questionava o fato de o réu responder por homicÃdio qualificado (intencional) e com motivo torpe (que aumenta a pena).
Com a negativa, Caron responderá pelo crime e também por prática ilegal de atividade médica na área de cirurgia plástica. Se condenado, ele pode pegar de 12 a 30 anos de prisão. A defesa do ex-médico pede sua absolvição ou a desclassificação dos crimes para a forma culposa, ou seja, sem intenção de matar. Marcelo Caron nega as acusações pelas mortes das pacientes.
Veja entrevista exclusiva que Caron concedeu à TV BrasÃlia no Correio NotÃcias