A Secretaria de Saúde divulgou ontem mais vítima de hantavirose. Com isso, sobe para quatro o número de casos confirmados este ano. A doença, contraída pelo contato com o rato pela saliva ou urina do animal e que havia contaminado dezenas de pessoas em 2004, quando surgiram os primeiros indícios dela em seres humanos, vitimou duas pessoas este ano. Ambas do sexo masculino e adultas. Uma delas contraiu o mal no Paranoá. Com relação à outra, afirma a secretaria, não se sabe onde houve o contágio.
Os primeiros três casos foram diagnosticados em janeiro e fevereiro. Além de Paranoá, houve registros também em Brazlândia e, agora, em Planaltina. Todas contraíram a doença em áreas rurais. Nesta última cidade, trata-se de uma mulher. A secretaria, no entanto, não divulgou os nomes e locais de residência das vítimas para não provocar, principalmente, discriminação, como ocorreu em São Sebastião. A cidade foi onde se registrou a origem da hantavirose no Distrito Federal. Alguns moradores reclamaram que enfrentaram preconceito, conforme divulgou o Correio.
A frequência da doença no DF vem diminuindo no últimos três anos. Em 2007, foram 10 casos confirmados, com uma morte. No ano seguinte, seis pessoas contraíram a doença transmitida pelo rato. Somente uma morreu. Nos primeiros seis meses deste ano, apenas quatro pacientes internados com os sintomas confirmaram estar com o mal. Porém, o número de mortos subiu para dois. Mesmo assim, a subsecretária de Vigilância à Saúde, Disney Antezana, diz que não há motivos para se pensar numa nova epidemia de hantavirose, como ocorreu em 2004, quando houve 38 casos confirmado e 13 óbitos.
De acordo com a subsecretária, não há como extirpar a doença e, nesta época seca do ano, ela sempre ocorre devido ao aumento da poeira em áreas rurais onde não há urbanização. "A poeira sobe e o vírus é conduzido facilmente pelo ar às pessoas", explica Disney. "A melhor forma de impedir uma epidemia é evitar acúmulo de lixo na porta de casa, para não chamar os roedores silvestres, que são os vetores da doença. Também não deitar ou sentar na relva. Se fizer isso, coloque um lençol", aponta.
A doença inicia com sintomas inespecíficos, mas tem uma evolução rápida. Por isso, é importante procurar o serviço médico quando apresentar alguns desses sintomas após exposição rural: febre, dor de barriga, dores pelo corpo, dor de cabeça, vômito, tosse, falta de ar, edema pulmonar, levando à insuficiência respiratória aguda. O paciente deve procurar um posto ou hospital da rede pública do DF. "Vamos atuar como estávamos fazendo, de forma integrada com os órgãos de saúde", disse Disney. Não é somente o DF que sofre com os casos de hantavirose. Segundo o Ministério da Saúde, de 1993 a 2009, foram registrados mais de mil casos da doença no país.