Para saber mais Reforma protestante O título de igreja protestante é dado às igrejas cristãs que surgiram a partir da Reforma Protestante, no século 16. Tais congregações compartilham os princípios teológicos das 95 teses de Martinho Lutero - elas foram pregadas na porta da igreja do castelo de Wittenberg em 1517 e deram origem à reformulação religiosa. O luteranismo, o calvinismo e o anglicanismo são considerados os ramos originais do protestantismo. Mas as inúmeras congregações criadas ao longo do tempo acabaram por se encaixar na mesma tendência. Tanto que, apesar das diversidades organizacionais, têm em comum a base teológica consolidada a partir do movimento histórico da Reforma. É o caso dos batistas (século 17) e dos metodistas (século 18). A liberdade de cada vertente também incentiva a proliferação das igrejas evangélicas nas mais diferentes denominações. Atualmente, as igrejas que mais se disseminam estão um pouco mais distantes desse conceito original - são as neopentecostais, que puxam para si a função de expulsar os demônios que permeiam o mundo terreno. Pregam a prosperidade como meio de vida. Trabalham com curas e exorcismos. A mais famosa delas é Igreja Universal do Reino de Deus. Esforço e improviso Terça-feira, 16 de junho de 2009. Circulamos de carro pelas ruas de terra batida do Setor Habitacional Pôr do Sol. A reportagem enfrenta dificuldades para encontrar a única paróquia da comunidade. Nem os moradores sabem a localização exata. É quase meio-dia, quando um senhor com as roupas sujas de uma construção se aproxima. "A capela fica logo ali. Sou eu quem está construindo." O futuro da Igreja Católica no Pôr do Sol depende do pedreiro Constantino Dias de Oliveira, 65 anos. Há dois anos, ele investe feriados e o tempo livre para ajudar nas obras da Capela Nossa Senhora Aparecida. O pai de cinco filhos cansou de ir à missa em Ceilândia. "Sou católico, nasci católico e vou morrer católico. Vejo muitos mudando para a igreja evangélica, mas não será o meu caso." O salão da paróquia ficou pronto recentemente. Todas as semanas, há duas missas, uma aos domingos e outra às quintas-feiras. Nos outros dias, o local fica fechado. Suor e dedicação também mantêm vivo o catolicismo no Itapoã. O padre José Martins, da Paróquia São Luís Orione, comanda quatro capelas em uma das regiões com mais igrejas evangélicas do DF. "Meu grande desafio é o espaço físico. Onde conseguir dinheiro para tantas obras", disse o pároco. Há previsão para a construção de mais dois templos católicos na cidade. Mas faltam até mesmo os terrenos. Oração itinerante Por enquanto, as quatro capelas atendem precariamente os fiéis. Estão meio construídas e pecam no acabamento. É no improviso que o padre faz com que a Igreja chegue aos católicos do Itapoã. Grupos de voluntários, por exemplo, vão de casa em casa para fazer orações. Só assim José Martins consegue cumprir a missão da evangelização. Além disso, faz missas, administra as paróquias, vai em busca de material de construção e gerencia as obras. A situação da Igreja Católica no Condomínio Privê, em Ceilândia, se revela mais complicada. O prédio da Comunidade Nossa Senhora de Lourdes tem lugar privilegiado na entrada da localidade, mas permanece fechada quase o tempo todo. O padre Sérgio, responsável pela paróquia, está à frente de outras oito no DF. Algumas em Brazlândia. Há uma missa aos domingos, e um grupo de oração movimenta o local às quintas. O pároco da igreja do Privê percebe o avanço das evangélicas no condomínio. A maioria permanece aberta quase todo o dia e com um pastor à disposição. O padre Sérgio, porém, não acredita que o fiel mude de credo. "Dificilmente, um católico devoto deixa de seguir o catolicismo", avaliou. (GG) Comente esta reportagem, escrevendo para o e-mail leitor.df@diariosassociados.com.br