Jornal Correio Braziliense

Cidades

Com a greve dos policiais civis de Goiás, apenas três delegacias do entorno funcionarão

Nesta segunda-feira (22/6), os policiais civis do Estado de Goiás retomaram a greve. A paralisação inicial foi em 23 de março deste ano. Porém, em abril uma decisão da 2ª Vara de Fazenda Pública de Goiás julgou ilegal o movimento e os forçou a voltar as atividades. Mas, um recurso deferido em 2ª Instância pela Turma de Desembargadores do Tribunal de Justiça do estado (TJGO), em 1º de junho, garantiu a retomada da paralisação de hoje. A categoria ganhou o apoio dos delegados, que aderiram a greve a partir desta terça-feira. Por causa da paralisação de quinta a segunda-feira (25 a 29 de domingo) apenas três das 19 delegacias do entorno do DF funcionarão. Apenas abrirão as portas as delegacias de Formosa, Águas Lindas e Luziânia. Em Planaltina de Goiás, a 56km de Brasília, a população será obrigada a procurar a delegacia de Formosa, cidade a 79 km da capital federal, a partir desta quarta-feira (23/6). Isso porque com a adesão dos delegados, o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) fechará as portas. "Aqui normalmente parece que estamos em greve. Temos três agentes no plantão, um em investigação e apenas eu de delegado", afirmou o único delegado da cidade, Adiomar Borges Correa. A cidade tem em torno de 100 mil habitantes. Com pouco policiais, atualmente o Ciops fecha as portas nos fins de semana. "Acumulamos mais de 1,4 mil inquéritos não conclusos", relata Correa. A maioria das ocorrências na cidade são de homicídios, latrocínio e roubo. "Temos que escolher o inquérito a ser tocado", completa o delegado. O proprietário de um bar, Gilvan Soares, 50 anos, teme as consequências da paralisação. "Você acha que os bandidos vão entrar em greve? Eu vou ser assaltado e não vai acontecer nada", reclama. Segundo ele, neste domingo (21/6) o bar dele foi roubado por uma pessoa que já havia cometido o mesmo ato. [SAIBAMAIS] Mais adesão Uma assembléia no complexo das delegacias especializadas em Goiânia, que fica no bairro Cidade Jardim, confirmou a greve da categoria. " No Estado inteiro temos 100% de adesão. Isso engloba escrivão, perito, agentes, delegados e papiloscopistas. Delegado sem efetivo nada pode fazer", resume o vice-diretor do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol-GO), João Antonelli. Segundo relatou Antonelli, nas primeiras horas do movimento o governo de Goiás não apresentou e também não chamou a categoria para conversar. "A população fica atordoada, mas estamos tentando explicar que será mantido um atendimento de 30%, caso contrário a greve se torna ilegal", explica. Reivindicação Antonelli conta que todos os 3,4 mil policiais civis que cruzaram os braços reivindicam um reajuste de 50% proporcional aos últimos cinco anos. O índice cumulativo é referente à reposição da inflação anual desse período. Além disso, os policiais querem o restante do pagamento do resido do subsídio de R$ 500 relativo a 2006 prometido pelo governo do estado. Melhores condições de trabalho também é um dos itens da pauta. Serviço