Os chacareiros que moram no Parque Ecológico Ezechias Heringer, mais conhecido como Parque do Guará, ganharam o direito de permanecer na reserva de proteção ambiental. A Câmara Legislativa do Distrito Federal derrubou na noite de terça-feira (16/6) o veto do governador José Roberto Arruda ao artigo 285 do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot), que admite a regularização das chácaras. Os terrenos ocupados devem ser divididos em glebas de dois hectares, de acordo com o Pdot. Questionado sobre a decisão da Câmara, Arruda se limitou a dizer que ;lamenta muito;.
A Sociedade Amigos do Parque do Guará considerou a notícia ruim. ;É uma área pública, de preservação permanente;, critica o presidente da sociedade, Adolpho Kesselring. O grupo planeja entrar com uma representação no Ministério Público do DF e Territórios contra a decisão.
;Queremos nos enquadrar nas normas ambientais;, rebate o presidente da Associação dos Chacareiros do Parque do Guará, Marcelo Teixeira. Segundo ele, o parque só existe até hoje porque as áreas das chácaras não foram loteadas, graças aos chacareiros.
O Parque Ecológico Ezechias Heringer foi criado por decreto em 1984, mas já existia desde 1968. Ele nunca chegou a ser implantado como unidade de conservação, o que trouxe graves consequências socioambientais. Boa parte do território foi desmatada, há lixo espalhado entre as árvores que ainda estão de pé e traficantes de drogas se valem da inexistência de segurança para agir no local.