O advogado do empresário Constantino de Oliveira, o Nenê Constantino, 78 anos, garante que, apesar de não estar sob escolta, seu cliente está cumprindo prisão domiciliar em um apartamento em Moema, bairro nobre de São Paulo. Segundo Marcelo Luiz Ávila de Bessa, foi a defesa quem pediu à Justiça brasiliense que se manifestasse quanto ao cumprimento da decisão judicial, em vigor desde o dia 24 do mês passado. ;A sociedade sabe que ele está cumprindo a prisão em São Paulo. A imprensa também sabe e só a polícia do Distrito Federal mostra desconhecer. Queríamos tornar oficial para eles (policiais do DF);, alegou o advogado.
A partir de informações de que Constantino não estaria cumprindo a prisão domiciliar, a Justiça do DF pediu oficialmente, esta semana, que a comarca paulista fizesse cumprir a decisão. O empresário é acusado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil do DF de ser o mandante de dois homicídios ocorridos em 2001. Em fevereiro daquele ano, o caminhoneiro Tarcísio Gomes Ferreira, 42 anos, foi morto a tiros por um pistoleiro nas proximidades da antiga garagem da Viação Pioneira, uma das empresas do maior grupo de transporte urbano do Brasil, liderado por Constantino.
Tarcísio havia sido demitido da própria empresa, após se desentender com o patrão. Oito meses depois, a vítima foi o líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito, 27 anos. Ele comandava um grupo de invasores de um terreno do empresário, em Taguatinga, e foi executado com três tiros. Segundo policiais ligados à investigação, o fundador da Gol Linhas Aéreas sai do apartamento em São Paulo sempre que deseja, já que não há escolta policial. Por isso, o juiz Almir Andrade, do Tribunal do Júri de Taguatinga, pediu à polícia paulista que cumprisse a ordem. Para o advogado, porém, a informação é falsa. ;Ele sequer pode sair de casa porque está muito doente;, informou, sem citar a doença.