Jornal Correio Braziliense

Cidades

Condomínios ignoram prazo para instalação de hidrômetros individuais

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A apenas sete meses do fim do prazo estabelecido pela lei que torna obrigatória a instalação de hidrômetros individuais nos apartamentos do Distrito Federal, menos de 12% dos prédios da cidade aplicaram a mudança. Se as obras não começarem logo, os condomínios que ainda funcionam com apenas um hidrômetro central estarão sujeitos a penalidade a ser definida pela Agência Reguladora de Águas e Saneamento do DF (Adasa). A mania do brasileiro de deixar tudo para a última hora é uma das explicações possíveis para a demora, mas a teoria é superficial. Tramita na Câmara Legislativa um projeto de lei que propõe a extensão do prazo para a mudança em mais cinco anos e alguns condôminos apostam na aprovação da proposta para poder avaliar melhor o assunto. Até abril deste ano, apenas 571 dos 5 mil prédios residenciais do DF (total estimado) implantaram hidrômetros em cada um de seus apartamentos, segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb). O número corresponde a 11,42% dos condomínios verticais da cidade. Aproximadamente 150 condomínios enviaram à Adasa um pedido de isenção da lei, que deve se basear nas limitações econômico-financeiras dos moradores de cada prédio. Preocupada com o baixo número de condomínios que se adequaram à Lei nº 3.557/2005, a Adasa planeja uma campanha de motivação para os próximos meses. ;A individualização é uma forma mais justa e econômica de cobrança, além de ser mais ecológica;, explica o superintendente de regulação técnica da Adasa, André Luiz da Silva Moura. O sistema impede que um morador que consome pouca água pague pelo que é consumido em um apartamento vizinho, como acontece onde é feito um rateamento da conta geral do prédio. Isso também força aquele condômino que gasta mais água a moderar no banho, o que pode reduzir em até 40% a conta de água. Foi o que aconteceu no Bloco A da Quadra 1.311 do Cruzeiro Novo. Antes da chegada dos novos hidrômetros, o morador de um dos apartamentos era responsável por boa parte da conta do condomínio. ;Só descobrimos após a mudança;, conta o síndico Francisco Rodrigues Campelo. Segundo ele, o consumo do condomínio custava cerca de R$ 2,4 mil por mês ; R$ 836,74 por conta de apenas um apartamento. Depois da adoção do sistema individual, o valor caiu para R$ 1,6 mil/mês. ;Agora, apenas cinco dos 24 apartamentos do condomínio pagam além da taxa mínima, ou seja, consomem mais de 10 m³ de água por mês;, ressalta o síndico. A obra custou R$ 20 mil ao condomínio e o dinheiro foi coletado por meio de uma taxa extra. Opções A mudança pode ser feita de duas formas. Na modalidade convencional, o hidrômetro tem de ficar à mostra, para permitir à Caesb fazer a checagem por conta própria. Além da interferência estética, esse tipo de obra costuma sair mais cara, porque provoca maior intervenção na estrutura do prédio. Outra possibilidade é a telemetria, que consiste na acoplagem de um aparelho que permite checar os dados do hidrômetro por meio de um sistema informatizado. Nesse caso, o equipamento não precisa ficar exposto ; o que diminui a quantidade de obras e gastos ;, mas a coleta das informações fica a cargo do próprio condomínio, o que pode se tornar motivo de desentendimentos no futuro. Seja como for, a Adasa aconselha a verificar se a empresa tem registro no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do DF (Crea/DF). Segundo empresas que realizam o serviço, as obras podem levar mais de um mês para ficar prontas e custar de R$ 400 a R$ 4 mil. O que mais demora nos condomínios é decidir o que e como vai ser feito. Alguns blocos registram discussões de até dois anos, mas o debate só se intensificou após a Resolução nº 175 da Adasa que regulamentou, em dezembro de 2007, a Lei nº 3.557/2005. Leia a matéria completa na edição impressa do Correio Braziliense