Semear novos hávitos alimentares, regrar uma vida mais saudável e cultivar a economia solidária, para, então, colher uma educação por meio de práticas agrícolas sustentáveis. É o que busca o projeto Horta Escolar como Tecnologia Social, do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da Universidade de Brasília (UnB), que está em fase de implantação nas escolas classes 2 do Paranoá e 6 do Gama e no Centro de Ensino Fundamental Vale do Amanhecer, no Distrito Federal.
"A intenção é que a horta funcione como ferramenta didático-pedagógica dentro das escolas", diz o gerente de desenvolvimento empresarial do CDT, Higor Santana, um dos responsáveis pelo projeto de pesquisa e extensão. Ele explica que a proposta é fazer um trabalho nos moldes do programa Educando com a Horta Escolar, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Mas com um diferencial: envolver também os familiares dos alunos.
Em cada escola, 20 famílias serão convidadas a cultivar uma horta doméstica. "Estamos expandindo o trabalho com a implantação nas residências. É uma interação maior com a comunidade, para que a prática continue a ser executada mesmo após o fim do projeto", diz Santana.
A Escola Classe 06 do Gama já possui uma horta idealizada. A iniciativa partiu de um voluntário há 18 anos e é usada para enriquecer a merenda dos alunos. Mas a diretora da unidade, Cássia Maria, destaca a importância da participação dos alunos. ;Queremos dar um enfoque mais pedagógico para a horta;, diz. A intenção é utilizar o espaço durante as aulas de biologia e até matemática. Um exemplo da aplicação didática seria o cálculo, por parte dos estudantes, do tamanho necessário para a formação dos canteiros.
Água da chuva
Outra inovação tem animado os diretores das unidades de ensino, segundo Santana. É a cisterna de captação de água da chuva. A tecnologia será aplicada nas escolas não só para atender a demanda da horta, mas também poderá ser utilizada me outras atividades, como na limpeza e regra de jardins.
"O custo com água é um dos mais significativos dentre das escolas, com isso, vamos gerar uma enorme economia", diz Santana. A tecnologia, além de ser boa para o bolso é melhor ainda para o meio ambiente.