Lotes comerciais do Cruzeiro, que seriam vendidos pela Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) na licitação do próximo dia 30 de abril, foram retirados do edital nesta quinta-feira (16/4). A decisão é consequência de um pedido da Associação de Moradores que não vê como benéfica a substituição da área verde existente no local por estabelecimentos comerciais. A medida é apoiada, inclusive, pela Associação Comercial da cidade.
Segundo a Terracap, o projeto de ocupação da cidade previa que 15 lotes das quadras 2, 4, e 6, do Cruzeiro Velho, e um terreno do Cruzeiro Novo, da quadra 913 ; todos localizados na avenida comercial que separa os bairros ; fossem destinados ao comércio. Apesar disso, o plano nunca foi posto em prática. O órgão destaca que a situação do local foi avaliada e por isso se decidiu disponibilizar os lotes para venda no edital da licitação deste mês. No entanto, após a publicação do edital, a Associação de Moradores do Cruzeiro se manifestou contra destinação dos lotes o que resultou na retirada.
O presidente da entidade, Ismael Pereira Costa, explica a posição contrária à venda. De acordo com ele, a cidade não tem suporte para a instalação desses estabelecimentos comerciais. ;Esses lotes ficam próximos a residências. Há problemas mais sérios na cidade para serem discutidos;. Para ele, não é válida a afirmação de que a venda dos lotes para construção de comércios aumentaria a demanda de empregos na região. ;Se fossem construídos, seriam estabelecimentos de pequeno porte, com três ou quatro funcionários. Não seriam gerados muitos empregos;.
Apesar de afirmar que o comércio do Cruzeiro é deficitário, o presidente da Associação Comercial da cidade, Sebastião Donizete Coutinho, concorda que os terrenos não devam ser ocupados por lojas. Para ele, a solução seria ampliar o comércio no Cruzeiro Novo e não no Velho. ;Se todos os lotes fossem no Cruzeiro Novo, tudo bem. Lá tem área de comércio e não atrapalharia ninguém. Mas o Velho não tem estrutura para abrigar esses estabelecimentos. Os moradores sairiam prejudicados;.
Ainda não há data marcada, mas a Terracap afirma que vai reunir as lideranças comunitárias do Cruzeiro para discutir o que deve ser feito com a área. De acordo com o órgão, caso os participantes concluam que não deve ser explorado o comércio na região, a destinação da área pode ser modificada. A decisão deve seguir para a Câmara Legislativa que vai avaliar a proposta. Mas a Terracap afirma que a destinação da área só pode ser alterada via decreto.