Jornal Correio Braziliense

Cidades

Aparato de segurança será grande para a via-sacra em Planaltina

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Muita coisa mudou desde que 15 atores, com uma equipe de apoio de seis pessoas, encenaram pela primeira vez o martírio de Jesus Cristo no Morro da Capelinha, em Planaltina. O ano era 1973 e a celebração contou com a participação de 200 espectadores. De lá para cá, o espetáculo cresceu e se transformou em um dos eventos mais tradicionais do Distrito Federal. Hoje, um grupo de 1,4 mil pessoas se encarrega da reprodução dos últimos passos de Jesus. São 100 personagens, mil figurantes e 300 pessoas no apoio. O público esperado também impressiona. Um total de 150 mil espectadores deve visitar o Morro da Capelinha amanhã. E isso porque o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê tempo parcialmente nublado com pancadas de chuvas e trovoadas para a sexta-feira da paixão. ;Se o tempo estivesse mais ensolarado, acredito que o evento atrairia um público entre 180 mil a 200 mil pessoas;, disse o vice-coordenador-geral da via-sacra, José Ilson Almeida. Ele também representa o rei Herodes, que relega ao governador Poncius Pilatos a decisão de executar ou não Jesus. Para dar conta de tanta gente, a via-sacra tem uma produção que não deixa nada a dever para outros eventos grandiosos. Por todo o morro, caixas de som garantirão aos espectadores a compreensão das falas dos atores. Na Praça do Calvário, onde ocorre o ápice da apresentação (a morte e ressurreição de Jesus), dois telões permitirão que as pessoas que não conseguirem um lugar próximo à área de atuação vejam com clareza o desenrolar das cenas. Caminhões-pipa na entrada do evento e na Praça do Calvário fornecerão água potável para os espectadores. Banheiros químicos também estarão distribuídos pelo local. Como muitos fiéis costumam aproveitar a data para pagar promessas, o esquema de segurança será reforçado por todo o morro. Equipes médicas estarão preparadas para atender pessoas que sofram um mal súbito ou tenham qualquer outro problema de saúde e dois helicópteros ficarão no local para transportar pacientes mais graves para unidades hospitalares. Além disso, 730 policiais militares e 230 bombeiros estarão distribuídos pelo percurso, para prestar todo apoio necessário à população. Atenção especial será dada aos pontos considerados de risco. São locais íngremes, onde pagadores de promessas e ambulantes costumam ficar e que podem se tornar perigosos. O Departamento de Trânsito do DF (Detran/DF) cuidará da organização do trânsito, com a presença de 30 agentes e 12 carros, inclusive guinchos. Veículos que estacionarem em locais proibidos poderão ser rebocados ou multados, de acordo com a gravidade da infração. A Agência de Fiscalização (Agefis) ficará responsável pelo controle dos ambulantes, que não poderão entrar no percurso do morro e deverão se limitar a vender seus produtos na entrada do evento. Os fiscais também estarão de olho para que só os 82 camelôs cadastrados na Agefis estejam presentes no local. Outra atribuição dos fiscais será garantir que os vendedores não obstruam a passagem de pedestres ou de veículos. A venda de bebidas alcoólicas também está proibida. Somente água, sucos e refrigerantes poderão ser comercializados no local. O governo local reservou R$ 750 mil para a celebração.