A Divisão de Repressão a Sequestro (DRS) identificou mais uma futura vítima do vendedor de carros Sérgio Alexander Dias Casadio. Uma mulher loura, de aproximadamente 35 anos, seria sequestrada e morta logo depois do assassinato de um homem de 56 anos, previsto para 20 de março. O acusado seguiu a moça moradora de Taguatinga, identificada como Galega, e levantou informações pessoais, como telefone e endereço. O motivo: ela negociou um Ford Ka preto com o acusado, que se sentiu prejudicado pela falta de pagamento de uma das parcelas do financiamento.
Para o delegado Eric Seba, diretor-chefe da Divisão de Repressão a Sequestro (DRS) e responsável pelas investigações, o plano para matá-la confirma a má intenção por trás do instinto macabro do comerciante. Se sofresse algum tipo de golpe, normalmente se vingava sobre familiares de quem o trapaceou. ;Ele vendia os carros pensando em tomá-los mais à frente. Por isso, fechava negócio depois de vasculhar a vida comercial do cliente e ter certeza de que ele teria dificuldade em quitar a dívida. Mas, na cabeça dele, quem o enganava tinha de morrer;, explicou Seba.
Além da loura, Sérgio programou o sequestro e a morte de um morador de Vicente Pires, de 56 anos. Nesse caso, o filho da futura vítima o enganou em uma transação comercial. Tanto ele quanto a mulher de Taguatinga sobreviveram porque a DRS agiu antes do ataque. O vendedor de carros ainda confessou à polícia o assassinato de três pessoas: Orly Barbosa de Alencar, 35, perdeu a vida em 25 de novembro do ano passado. Carlito Campinho Santos Sobrinho, 21, em 4 de dezembro. E a própria namorada, Rízia Regiane de Oliveira Alves, 33, morreu assassinada em 2 de janeiro deste ano.
Para a polícia, Sérgio agia como um assassino em série, inspirado em séries de televisão como Dexter e CSI. Seguia rituais. Investigava a vida dos alvos, sequestrava, dopava com anestésico, asfixiava com arame e dava pancadas na cabeça para se certificar da morte. O método para se livrar dos cadáveres também chamou a atenção pelo cuidado para não deixar pistas. Queimava roupas e os restos mortais para dificultar a identificação ; apenas Carlito teve o corpo jogado no Rio Corumbá. Todos acabaram enterrados como indigentes. Sérgio lavava os locais do crimes com produtos químicos.