Jornal Correio Braziliense

Cidades

NÃO PUBLICAR Estrutural: manifestantes aguaram audiência com Grpu-DF

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Cerca de 500 moradores da Estrutural realizam na manhã desta sexta-feira (27/3) manifestação ao longo da via, a fim de reivindicar terras na Colônia Agrícola Cano do Reino, localizada atrás do Posto Policial da corporação na região. De acordo com o tenente coronel Oliveira, do 2º Batalhão de Polícia Militar, a manifestação foi pacífica. ;Estamos aqui fiscalizar e orientar para que os manifestantes criem uma comissão e tratem sobre esse assunto com a Gerência Regional do Patrimônio da União (Grpu-DF);, disse. O deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) acompanhou o início da manifestação. Segundo ele, há na região um contingente de pessoas muito grande. Algumas delas, conta o deputado, são os moradores principais dos lotes. ;Mas há uma série de pessoas excedentes;. Rollemberg destaca que a associação dos moradores reivindica que essas pessoas tenham prioridade num loteamento a ser feito no Cano do Reino. Durante a manhã, o representante dos moradores da cidade, Ismael de Oliveira Caetano, ameaçava invadir a área da colônia agrícola. ;Essa área é destinada para pessoas de baixa renda. Estamos cansados dessa enrolação;. Os manifestantes alegaram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu 20 mil moradias para os residentes da cidade, mas o governador do Distrito Federal não liberou. ;O governo diz que não libera porque não tem dinheiro para construir, mas a gente mesmo constrói. Só queremos a nossa terra;. Diversos moradores de outros pontos do DF também participaram da manifestação de hoje, como Aete de Paiva Silva, 73 anos, morador de Brazlândia. Para Silva, é importante que as pessoas se mobilizem para conseguirem suas terras. ;Parece que o governo se esqueceu da gente. Vivem dizendo que vai sair o lote pra mim, mas até agora nada. Eu nunca tive casa própria;, disse. Já José Inácio, 54 anos, morador da Estrutural, demonstra indignação por ter sido retirado da quadra 12 da cidade e transferido para uma casa perto do lixão. ;Eles nos tiraram de lá, porque falavam que era área de risco, mas nos colocam no lixão? Queremos conseguir uma moradia adequada aqui na colônia;, afirmou. A desempregada Rosângela Batista, 30 anos, passou por situação parecida. De acordo com ela, há 15 dias foi expulsa do lote no qual morava de aluguel. ;Eu estou morando num quarto de 3m por 4m, com meu marido e dois filhos e ainda pagamos R$ 200 reais de aluguel;, alegou. A manifestação foi realizada com o intuito de conversar com a secretária do Patrimônio da União, Alexandra Reschke. Segundo Paulo Batista dos Santos, outro representante da cidade, os moradores conseguiram uma audiência para as 15h desta sexta, no Grpu-DF. Contudo, o encontro não garante o fim do movimento. ;Nós vamos entrar na colônia apenas para almoçar e de lá vamos para a audiência ouvir as propostas;, disse. Caso as propostas não sejam satisfatórias para os manifestantes, Paulo acredita que os moradores ocuparão a colônia. ;Depois da audiência de hoje, pretendemos marcar uma assembleia na Praça Central da Estrutural e deixar os moradores a par da situação. Dependendo do que sair de lá, a gente vai começar uma nova ocupação sem avisar ninguém;, explicou.