Um tremor de terra assustou os moradores das quadras 4 a 10 da região norte de Brazlândia na noite de domingo. Na mesma noite, o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) registrou tremores na cidade mineira de Itaúna, mas, de acordo com o mesmo observatório, os abalos sísmicos não têm nada a ver um com o outro. Um forte estrondo teria acompanhado o tremor candango, o que levou os moradores a imaginar que o distúrbio, ocorrido por volta das 23h do dia 14 de março, possa ter sido causado pela explosão de um botijão de gás.
;Eu estava indo dormir quando ouvi uma grande explosão;, diz a professora Vanilca Lemos, de 34 anos. Segundo ela, as vidraças da porta de sua casa tremeram por cerca de cinco segundos. ;Chamei minha filha, de 12 anos, para saber se ela estava bem e ela contou que também tinha sentido o tremor;. Com o abalo e o barulho, os vizinhos de Vanilca, que moram na Quadra 4 de Brazlândia, saíram à rua para saber o que tinha ocorrido. Até agora, nada foi descoberto.
Apesar das afirmações dos moradores de Brazlândia, o Observatório Sismológico da UnB garantiu que não houve registro de abalo sísmico na região do DF. ;Nossos equipamentos não registraram nada nem em Brazlândia nem no DF, afirma o geólogo Cristiano Chimpliganond. Segundo informações da 18ª Delegacia de Polícia, de Brazlândia, não foi registrada nenhuma ocorrência em relação ao barulho ouvido pelos moradores da região ou algo que possa ser relacionado ao fato.
Um colega da professora Vanilca que mora na Quadra 10 também relatou ter ouvido um barulho, ainda que com menor intensidade. A aposentada Ana Dias, 60 anos, que também mora na Quadra 4, foi outra que testemunhou o ocorrido. ;Acordei com o barulho. Os vidros da minha casa também balançaram;, conta. Segundo Ana, uma de suas vizinha não conseguiu mais dormir depois da explosão, por causa do susto. Morador da Quadra 6, o garoto Wesley Júnior, de 10 anos, não ouviu apenas um, mas dois estrondos naquela noite. ;O susto foi muito grande, mas ninguém sabe as causa do barulho;, diz o comerciante Sinval Dias, que vive na Quadra 4.
O tremor registrado em Itaúna (MG) foi sentido por mais de 18 mil pessoas, segundo estimativas da Defesa Civil. Oito bairros da cidade foram atingidos pelo abalo de 2,9 pontos na escala Richter por volta das 20h de domingo. Só neste ano, seis terremotos de pequena magnitude foram registrados em Minas Gerais. Segundo especialistas, é possível que haja uma falha geológica na região.