As sete igrejas tombadas como patrimônio histórico e artístico serão reformadas ou reconstruídas para as comemorações do aniversário de 50 anos de Brasília. O governo quer deixar todos os templos prontos em, no máximo, um ano. A ideia é recuperar o passado e a história da capital federal quando a cidade comemora meio século. Mas a meta do GDF é audaciosa. Algumas das igrejas ainda não têm nem projeto de reconstrução ou revitalização.
O atraso que mais preocupa o governo é quanto às obras na Catedral Metropolitana de Brasília. Monumento preferido dos brasilienses, a igreja sofre com infiltrações, problemas hidráulicos e elétricos, além do péssimo estado de conservação dos vitrais. Em novembro passado, o GDF assinou um acordo com o governo federal que garantiu R$ 17 milhões da Petrobras. O governo local entraria com uma contrapartida de R$ 8 milhões. ;A obra deveria ter começado há quatro meses, mas os recursos ainda não vieram;, lamenta o monsenhor Marcony Ferreira, vigário-geral da Arquidiocese de Brasília.
Só a reforma dos vitrais levará, pelo menos, um ano. A preocupação do monsenhor é que a festa dos 50 anos seja realizada com a Catedral ainda cercada por tapumes. O vice-governador e secretário de Turismo do DF, Paulo Octávio, conta que a licitação da reforma já ocorreu e está tudo pronto para o começo da restauração. ;A crise econômica atrasou um pouco a assinatura do contrato, mas a obra está garantida;, explica. ;Nosso grande esforço é para preservar todos os monumentos tombados;, acrescenta o vice-governador.
;Muito preocupante;
O superintendente do Iphan no DF, Alfredo Gastal, diz que não foi informado do problema do atraso das obras. ;Isso é muito preocupante. Na próxima segunda-feira, vou buscar informações e providenciar medidas para acelerar esse processo;, garante Gastal. A assessoria de imprensa da Petrobras informou que não há atraso nos trabalhos, já que o contrato só previa o primeiro desembolso 120 dias depois da assinatura. De acordo com a empresa, até o fim de abril o dinheiro será liberado para o início da reforma.
No caso da Igreja São Geraldo, do Paranoá ; que foi totalmente demolida em 2005 ; o projeto de reconstrução já está pronto e foi entregue à Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), que fará o orçamento da obra. A Igreja São José Operário, na Candangolândia, começou a ser reformada em 1998, mas a construção foi rapidamente abandonada. O Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico do GDF (Depha) vai retomar o projeto para concluir a recuperação ainda este ano.