Jornal Correio Braziliense

Cidades

Agentes penitenciários pedem nomeação de concursados e ameaçam paralisação

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A entrada da Papuda foi tomada por agentes penitenciários e policiais civis, na manhã desta terça-feira (10/3), em uma manifestação com indicativo de greve. A categoria pede a nomeação imediata dos 1,6 mil aprovados no último concurso para técnico penitenciário, realizado em março do ano passado. Caso a reivindicação não seja atendida, os policiais ameaçam paralisação das atividades no complexo prisional. Eles farão uma operação padrão a partir de amanhã, com a restrição de parte das visitas, e, caso não tenham uma resposta até a próxima terça-feira, irão suspender as atividade por 48 horas. "Vamos intensificar a fiscalização na entrada dos visitantes e restringir o acesso de advogados e oficiais de justiça, até mesmo para garantir a segurança deles", justificou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), Wellington Luiz de Souza. Em cima de um carro de som, os representantes dos agentes reclamam da falta de efetivo, que oferece perigo tanto para os presos quanto para eles. "O sistema é um barril de pólvora prestes a estourar. A demanda por pessoal é urgente. Caso não haja uma proposta concreta do GDF, a categoria deve optar por algum tipo de movimento", disse Wellington. Outra reivindicação é retorno dos agentes aos órgãos de origem na Polícia Civil do DF. Segundo informações da Associação dos Agentes Penitenciários, o DF é a única unidade da federação onde policiais civis trabalham dentro de penitenciárias, desfalcando as delegacias. "Hoje temos 11 policiais trabalhando na guarda dos presos da Papuda. Seriam necessários no mínimo 60 agentes", completou o líder da categoria. Expectativa O estudante universitário Leonardo Alves, 24 anos, participou da manifestação nesta manhã. Membro da comissão dos aprovados no concurso dos técnicos penitenciários, Sacrificou até o Natal para participar do curso de formação oferecido aos selecionados. Na aula inaugural, no dia 27 de novembro do ano passado, disse ter ouvido do governador do DF José Roberto Arruda a promessa de contratar, no final do curso, todos os aprovados. Deixou o antigo emprego para frequentar as aulas, em período integral, de 1º a 26 de dezembro, incluindo os sábados, mas até hoje espera ser efetivado. "Estão brincando de fazer segurança pública", desabafou. A secretaria de Segurança Pública enviou um ofício ao Sinpol-DF, na segunda-feira (9/3), assinada pelo secretário Walmir Lemos de Oliveira, no qual explica que a crise financeira "comprometeu em parte o planejamento inicialmente estabelecido pelo GDF". Diz ainda que as medidas necessárias já foram tomadas e que, em curto espaço de tempo, "as soluções chegarão ao sistema penitenciário".