Jornal Correio Braziliense

Cidades

Governo não oferece atividades atraentes aos jovens, diz secretário

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O secretário de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do DF (Sejus), Alírio Neto, aponta o próprio Estado como principal responsável pela reincidência de adolescentes no crime. O deputado distrital assumiu a pasta este mês fazendo um mea culpa. Na avaliação dele, o governo falha ao oferecer atividades que não atraem a juventude. ;O que temos hoje? Oferta de marcenaria. Tudo bem, é uma profissão digna, bacana, mas o jovem não tem interesse nisso;, comenta, ao defender mais aulas de informática, arte, cultura e até yoga como forma de afastar o jovem da criminalidade. Pacto social Alírio defende que o Estado precisa ensinar aos adolescentes que existe um pacto social a ser respeitado. ;O jovem não tem noção de que vários delitos que comete são crimes. Depois que chega ao sistema, ele tem contato com outras pessoas que já se envolveram com a criminalidade e acaba se envolvendo também;, afirma. Advogado e ex-delegado da Polícia Civil, Alírio Neto é favorável à redução da maioridade penal para 16 anos. Para o novo secretário, o Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje) é um modelo ultrapassado e fracassado. Ele pretende implodir o centro e, no lugar, construir uma escola de cidadania. ;Teríamos, no entanto, pequenas unidades nas próprias cidades, onde os jovens poderiam cumprir as medidas perto da família e da comunidade;, explica.