Operação da Delegacia de Defraudação e Falsificação (DEF), que envolveu 100 policiais, prendeu nesta terça-feira (17/2), por meio de mandados de prisão, 15 integrantes de uma quadrilha que clonava cartões de crédito no DF. Entre eles, sete mulheres. Cinco pessoas ainda são procuradas. O grupo foi indiciado por estelionato, cuja pena varia entre um e cinco anos, e por formação de quadrilha, que dá de um a três anos de prisão.
A polícia apreendeu centenas de cartões de crédito, TVs de LCD, laptops, videogames, DVDs, computadores, aparelhos de som, documentos e cheques falsificados. Todos produtos comprados com os cartões. A polícia investigava o bando há, pelo menos, quatro meses. Os integrantes atuavam em todo o DF, principalmente, na Candangolândia, Riacho Fundo, Taguatinga, Águas Claras e Ceilândia, onde foram presos.
A delegada Ivone Rossetto, chefe da DEF, acredita que a quadrilha também atue em Goiás e no Amazonas. A maioria tem passagem pela polícia por estelionato, furto e roubo de carros e uso de documentos falsos. "O líder é conhecido antigo nosso. Ele já praticou outros crimes, principalmente estelionato. Mas há, pelo menos, um ano ele estaria com esta quadrilha clonando os cartões. Eles eram organizados", disse a delegada.
O líder, André Luiz de Souza Moura, 40 anos, já respondeu inquérito por estelionato, formação de quadrilha e uso de documento falso. Mas, segundo Ivone Rossetto, não chegou a ser condenado pelos crimes. Era ele quem dividia as funções do grupo. "Uns eram responsáveis pela clonagem. Eles utilizavam um chupa-cabras diferente, como se fosse um chaveirinho no pulso, dificultando a percepção do dono. Alguns confeccionavam os cartões e outros compravam os produtos com eles", explicou.
Os cartões eram clonados, principalmente, em restaurantes e bares. Um dos presos foi identificado como garçom de um estabelecimento. "Mas ainda estamos investigando a participação de outros funcionários", disse a delegada.
A polícia acredita ainda que um dos integrantes presos, Laudemir de Borba Moreira, utilizava seu supermercado como fachada para usar os cartões. "Encontramos máquinas de cartão e soubemos que o faturamento não condiz com a movimentação diária do estabelecimento ", explicou Ivone Rossetto.
Em geral, eram as mulheres as responsáveis pelas compras, realizadas em grandes supermercados da capital federal. Mas um DJ conhecido na cidade também tinha esta função. Renê Maurício de Souza, o Renê Ricochet ; que atua há mais de 15 anos em festas de música sertaneja ; e a mulher Camila Toledo Alves foram surpreendidos em casa com vários cartões clonados, documentos falsos e talões de cheque.
Os produtos comprados com os cartões eram revendidos por até 60% do valor original. A quadrilha também comprava bebidas e esbanjava em festas na casa do líder. Até o fechamento desta edição, a polícia ainda apurava a quantidade de cartões apreendidos. "Vamos investigar quantas foram as vítimas e qual o prejuízo causado e capturar os outros integrantes", afirmou a delegada.