O vendedor ambulante Mauro Antônio de Araújo, 46 anos, internado desde 18 de novembro passado, teve mesmo leishmaniose. O resultado que faltava para confirmar ou descartar a doença ficou pronto ontem pela manhã. De acordo com a Secretaria de Saúde, mesmo sem ter o diagnóstico definitivo o homem foi tratado da doença e chegou a se curar. O motivo de ele estar internado em coma no Hospital Regional do Paranoá é um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Com o quinto caso confirmado, o número de vítimas em 2008 supera o de 2007, quando três pessoas foram infectadas.
O boletim médico divulgado no fim da tarde pela Secretaria de Saúde revela que o estado de saúde dele continua grave. Mauro Antônio tem a pressão mantida por medicamentos, respira com a ajuda de aparelhos e está sem reflexos. Ele está na Unidade de Terapia Intensiva do hospital e não tem previsão de alta. De acordo com a família, Mauro Antônio seria liberado no dia 28 de dezembro.
Muito abalada, a mulher de Mauro Antônio, a dona-de-casa Maria Célia Alves da Silva, 50 anos, não entende como o quadro de saúde do marido piorou tanto em tão pouco tempo. ;Me explicaram que derrame pode dar de uma hora para outra. Mas não me conformo. Dia 24 eu conversei com ele. Estava bonzinho, doido para voltar para casa e depois acontece isso;, comentou, em prantos. Mauro Antônio foi internado no dia 18 de novembro, no Hospital Regional da Asa Norte, com fortes dores nas costas e febre alta. Uma biópsia despertou a suspeita de leishmaniose, que o governo só confirmou ontem.
Dos cinco casos confirmados da doença em 2008, quatro ocorreram na Fercal, em Sobradinho. Quando surgiram as primeiras suspeitas de que Mauro Antônio estava com a doença, funcionários do governo montaram armadilhas na casa do paciente para tentar capturar o mosquito transmissor e também fizeram exame de sangue no cachorro da família. Não encontram o mosquito e nem o cachorro estava doente. Como Mauro Antônio trabalhava no Lago Sul, a família suspeita que ele tenha contraído a doença naquela região. ;Eu espero que ninguém passe pelo que estou passando. É uma dor muito grande;, resumiu Maria Célia.