BrasÃlia nunca recebeu tantos turistas na virada do ano como na passagem de 2008 para 2009. Foram 60 mil visitantes, número 75% maior que o registrado no ano passado, conforme as contas da Brasiliatur, empresa vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Distrito Federal.
O comércio gostou. Segundo o Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares do DF (Sindhobar), houve um aumento de 12% no número de clientes, Ãndice duas vezes maior do que o registrado em 2007. Apesar dos bons resultados, turistas reclamaram da falta de manutenção no elevador da Torre de TV, do abandono da Orla do Lago e do alto custo de vida na cidade.
Dois fatores contribuÃram para o sucesso turÃstico da cidade, nas avaliações do diretor de Marketing da Brasiliatur, Luciano Tourinho, e do presidente do Sindhobar, Clayton Machado: a boa organização das festas de fim de ano e a crise econômica. ;Investimos em uma estrutura diferenciada, como a Vila do Papai Noel, e em inovações para os shows da Esplanada dos Ministérios. O DF tem um potencial ainda desconhecido para os visitantes, que vai além dos centros polÃticos;, disse Tourinho. ;Com a crise econômica, muitas pessoas que viajariam optaram por ficar e trazer os parentes;, completou Machado.
Em 2009, a Brasiliatur aposta em três projetos: o roteiro integrado de turismo, com programação arquitetônica, artÃstica e rural; o roteiro de eventos, com descontos no aluguel de locais como o Centro de Convenções; e o cartão fidelidade do turista, ainda em desenvolvimento. ;Nos inspiramos no governo da Bahia. Ao chegar no aeroporto e passar por bares e outros estabelecimentos, o visitante acumula pontos em um cartão que lhe renderá benefÃcios, como uma estada gratuita na rede hoteleira;, exemplificou Luciano Tourinho.
Descaso
Nem tudo foi festa no fim de ano em BrasÃlia. O Correio percorreu alguns dos principais pontos turÃsticos da cidade na manhã de ontem e ouviu uma série de queixas dos visitantes, como a do diretor sindical de São Paulo Kléber da Silva, de 27 anos. ;Fui comprar um remédio para dor de cabeça. Ele era tão caro que fiquei com dor de estômago;, brincou ele. ;O custo de vida aqui é alto demais;, completou Alexandre Nunes, de 35 anos, de Boa Vista (RR).
Mas a principal queixa foi mesmo a frustrante visita à Torre de TV. O elevador que dá acesso ao mirante, a 75m de altura, está quebrado e sem prazo para voltar a funcionar. Segundo a Brasiliatur, a licitação para solucionar o problema deve ocorrer até meados de 2009.