As pessoas que pretendem ir até a Esplanada dos Ministérios passar a virada do ano, correm o risco de não terem transporte público para chegar até o local. Isso porque os metroviários do Distrito Federal prometem paralisar as atividades a partir do dia 30. O motivo, segundo eles, é o descumprimento da empresa em relação a alguns itens da ata de conciliação firmada entre a Companhia Metropilitana do DF (Metrô-DF) e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários (SindMetrô), em 5 de novembro.
No documento ; Ata n.10/2008 do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT) - o Metrô se compromete a realizar concurso público para preenchimento imediato. São 100 vagas distribuídas nos cargos de agentes de estação (26), agentes de segurança (20), piloto (66), entre outras para diversas áreas da empresa. Além da compra de 12 trens e ajuste no plano de empregos e salários da categoria. Outras duas audiências de conciliação ocorreram em 20 novembro e 18 de dezembro, na sede do TRT.
Segundo o secretário de assuntos jurídicos do SindMetrô/DF, Carlos Alberto Cassiano Silva, o acordo previa que o Metrô apresentasse o andamento do processo licitátório para a realização do concurso, mas não foi bem o que aconteceu. Carlos Alberto conta que a empresa chegou a publicar o comprovante de carta-convite ; fase que convida as empresas a se candidatarem a participar da licitação - , porém em seguida o Metrô-DF depositou um pedido de dispensa de licitação. O que resultou na suspensão do acordo, publicado em 16 de dezembro, pelo procurador do trabalho, Adélio Justino Lopes.
;Fica claro que em nenhum momento o Metrô teve a intenção de oficializar o concurso público. O governador do DF já até autorizou a realização, mas a empresa insiste em não dar cumprimento ao processo de seleção;, critica Carlos Alberto. No dia 19 de dezembro o SindMetrô protocolou uma carta solicitando uma audiência com o presidente do TRT, mas a Justiça já estava de recesso de fim de ano. ;A categoria decidiu no último dia 23 a paralisar;, completa.
A categoria também afirma que o baixo quadro de empregados tem superlotado os trens. O secretário de Transportes, Alberto Fraga, criticou a posição dos metroviários. ;Vamos checar o que aconteceu e a empresa pode até ser prejudicada. Agora, com uma data comemorativa tão importante para a população a paralisação representa também a despreocupação da categoria com os brasilienses, que serão os maiores prejudicados;. Fraga está fora de Brasília e atendeu a reportagem por telefone.
A reportagem entrou en contato com o Metrô-DF, mas não havia ninguém na assessoria de imprensa para atender o Correio. Funcionários pediram para a reportagem retornar na segunda-feira (29/12).