Jornal Correio Braziliense

Cidades

Morre torcedor são-paulino baleado

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O torcedor Nilton César de Jesus, 26 anos, baleado no último domingo (7/12), no Gama, morreu às 10h50 desta manhã de uma parada cardíaca. Os médicos tentaram reanimá-lo durante 20 minutos com uma massagem cardio-pulmonar, mas não tiveram êxito. As informações foram divulgadas por nota técnica da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, publicada às 12h35. Médicos do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), onde o torcedor estava internado desde o domingo (7/12), devem dar detalhes do acontecimento em coletiva à imprensa às 14h desta quinta-feira (11/12). No último boletim médico divulgado esta manhã (11/12) ele estava em coma profundo. O advogado da família esteve no HBDF em reunião com a direção do hospital, mas não quis falar com a imprensa. Inquéritos Com a morte de Nilton os inquéritos das Polícias Civil e Militar vão ter que ser modificados. O policial responderia na Corregedoria da Polícia Militar por lesão corporal grave. Agora por lesão corporal seguida de morte. Já na Polícia Civil, ele seria indiciado por tentativa de homicídio doloso - quando existe a intenção de matar - e agora vai ser acusado por homicídio doloso. A PM deve divulgar o resultado da sindicância interna em 60 dias. Já as apurações da Polícia Civil, deverá ser divulgado em 30 dias. O episódio aconteceu pouco antes da partida que consagrou o São Paulo Campeão Brasileiro, no último domingo (7/12), no Estádio Bezerrão, no Gama. Evolução . Entretanto, ele precisou tomar medicamentos vasoativos para ajudar na manutenção da freqüência cardíaca. Após passar por uma cirurgia, ele caiu para o nível 3 da escala de Glasgow, que varia de 3 a 15 em contagem decrescente, onde 3 é o mais grave. Hoje, os médicos afirmavam apenas que o torcedor estava em coma profundo. "Brutal e irresponsável" Na terça-feira, a família de Nilton César de Jesus resolveu romper o silêncio. eles consideraram a ação do policial militar "brutal e irresponsável". A nota divulgada também faz menção à liberdade provisória concedida pela Justiça ao policial militar. Conforme o texto, os familiares acatam e respeitam a decisão anunciada na tarde desta segunda-feira (8/12). Entretanto, não poupam palavras para desqualificar a ação da polícia. ;Os policiais deveriam estar no Estádio para proteger os cidadão que aguardavam o jogo ao invés de oferecer risco;, comenta a nota. A mãe do torcedor, Agnaldina Rosa de Jesus, e o irmão Paulo Arthur Haller acompanham a recuperação de Nilton César. Questionados se pretendem mover alguma ação contra o Estado, os familiares foram breves nas respostas. ;Não temos cabeça para pensar nisso agora. Entretanto, já no fim da tarde da quarta (10/12), os advogados anteciparam a intenção, embora não tenham formalizado nada na justiça.