A Comissão de Direitos Humanos da OAB-DF constatou novos problemas durante a visita que fizeram na noite de terça-feira (2/12) ao pronto-socorro e a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base de Brasília (HBB). Segundo o coordenador da comissão, Jomar Alves Moreno, o hospital sofre com a falta de médicos e enfermeiros e também com o excesso de pessoas de fora do DF. ;Mais de 40% das pessoas atendidas no hospital são de cidades de fora do DF, o que sobrecarrega o atendimento;, explica Jomar. Além disso, Jomar destacou que o hospital só tem 35 vagas na UTI, metade do necessário para cumprir a recomendação da Organização Mundial de Saúde, que diz que 10% dos leitos disponíveis devem ser de terapia intensiva. Hoje o HBB tem 700 leitos.
Mas para ele o maior problema é a falta de um atendimento ambulatorial que impediria que casos simples, que poderiam ser atendidos em postos de saúde, chegassem ao pronto-socorro do HBB. ;Só os casos graves deveriam ir para o pronto-socorro, mas as pessoas vão direto para lá, o que acaba sobrecarregando o atendimento;, diz. Para Jomar esse problema não é do Hospital de Base e sim o sistema de saúde.
A OAB já fez visitas ao Hospital Regional de Ceilândia e ao Hospital Psiquiátrico de Taguatinga. Segundo Jomar a pior situação encontrada foi no Hospital Regional de Ceilândia. ;A cidade cresceu e o hospital não acompanhou esse crescimento, lá falta médico e infra-estrutura;, denuncia o coordenador de Direitos Humanos da OAB-DF. No final do mês todas as denúncias e sugestões da Ordem serão encaminhadas ao secretário de Saúde, ao Ministério Publico do DF e ao governador José Roberto Arruda.
Em nota o Hospital de Base disse que o problema com falta de pessoal está sendo resolvido pela Secretaria de Saúde em toda o sistema. A solução vai desde contratação de pessoal a realização de novos concursos. A nota também destaca que a presença de grande quantidade de pacientes do Entorno está sendo discutida. Na semana passada o governador Arruda se reuniu para discutir o assunto com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e o governador de Goiás, Alcides Rodrigues.