Jornal Correio Braziliense

Cidades

Polícia tem departamento especializado contra bandidos virtuais

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O aumento dos crimes cometidos na internet provocou a criação de departamentos especializados no combate aos bandidos virtuais. A Polícia Civil do Distrito Federal conta com a Divisão de Repressão aos Crimes de Alta Tecnologia (Dicat). A Polícia Federal tem a Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos (URCC), criada em 2005. Desde então, realizou 37 operações contra quadrilhas digitais e prendeu 770 pessoas no país, inclusive no DF. Além de cometer fraudes virtuais, como desvio de dinheiro a partir do acesso a contas bancárias via internet, tais criminosos usam sites de relacionamento e programas de troca de mensagens instantâneas para cometer calúnia, injúria, difamação ou pedofilia. São todos delitos previstos no Código Penal e passíveis de punição. ;No caso da pornografia infantil, a divulgação de fotos de crianças em poses sensuais é crime. A internet é uma ferramenta de comunicação incrível, mas pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal;, avaliou o coordenador da URCC, delegado Carlos Sobral. A investigação da URCC passa necessariamente pela empresa responsável pelo domínio virtual onde se cometeu o crime. Os agentes federais entram em contato com o servidor, pedem para que determinado conteúdo seja impedido de ser acessado e, claro, preservem-se os dados do autor. Isso ocorre com freqüência por causa da quantidade de material pornográfico infantil. Para o delegado da PF, a participação de crianças no Orkut preocupa. ;É importante que os pais acompanhem e fiscalizem os filhos e saibam com quem eles se comunicam;, alertou. Para o presidente do Conselho de Tecnologia da Informação da Fecomércio-SP, o advogado Renato Opice Blum, os pais não devem proibir a navegação dos filhos na internet, mas têm obrigação de fiscalizar. ;Se proibir, eles entrarão na rede de computadores de qualquer jeito, na casa dos amigos ou em lan houses. É preciso educar, mas de forma sadia e com cautela;, afirmou. Ainda assim, o especialista não recomenda o Orkut para menores de 10 anos. ;As crianças não têm condições de avaliar os riscos. Há recados que falam de tudo e alguns representam perigo;, concluiu. O diretor de Comunicação e Assuntos Públicos do Google Brasil, Félix Ximenes, disse que a empresa investiu, nos últimos anos, em ferramentas para reduzir a presença de pornografia e conteúdo preconceituoso no Orkut. Há hoje filtros tecnológicos capazes de varrer várias páginas e encontrar as que publicaram material impróprio. Também há banners com alertas sobre possíveis informações exclusivas para adultos. ;Desta forma, os pais ganharam mecanismos para fiscalizar os filhos de alguma forma;, defendeu. Ximenes, no entanto, admitiu a dificuldade em controlar tudo o que circula pelo site de relacionamentos. Reconheceu ainda que pedófilos usam o Orkut para colocar imagens de crianças em poses sensuais, apesar de acrescentar que ;encontrar material pornográfico é mais raro;. O diretor reforçou a importância dos papéis de pais e educadores no acesso de filhos e alunos na internet. ;Não há filtro que supere o diálogo entre pai e filho;, aconselhou. Veja a matéria completa na ediçao impressa deste domingo do Correio Braziliense.