Representantes de Organizações não governamentais (ONGs) de Brasília, como a Sociedade Vegetariana, o grupo Madú e o Salvando Vidas, participam de manifestação em frente à Câmara dos Deputados nesta terça-feira (04/11). O motivo é o adiamento da audiência pública para discutir o Projeto de Lei 7291/2006, que propõe o fim do uso de animais em circos em todo o território nacional.
A representante da ONG WSPA de Brasília (Sociedade Mundial de Proteção ao Animal), Ana Nira Junqueira, destaca que a intenção da manifestação é mostrar a indignação a respeito da mudança de data da audiência marcada para acontecer nesta terça-feira. ;É uma falta de respeito. Veio gente de todo o Brasil e até do mundo para participar. Pior é que ninguém deu sequer uma explicação;.
Durante a manhã, os manifestantes estiveram no Ministério do Meio Ambiente (MMA). Ana Nira afirmou que o MMA é a favor da aprovação da lei. ;Eles estão do nosso lado, mas fomos para reiterar o apoio e entregar um DVD que mostra imagens de maus tratos de animais no Brasil e em outros lugares do mundo;.
Nesta tarde, a reunião acontece no Ministério da Cultura (MC). Antônio Ganme, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), destaca que o objetivo do encontro é definir a posição do governo em relação ao assunto. ;Vamos tentar convencer o Ministério de que não somos contra aos circos, mas contra a exploração e maus tratos de animais nesses estabelecimentos;.
A proibição de animais em circos já acontece em nos Estados da Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Há projetos de lei em tramitação no Ceará e em Santa Catarina.
Memória
O Le Cirque teve o alvará de funcionamento revogado pelo Ministério Público em agosto quando se apresentava em Brasília, após uma vistoria do Ibama constatar que os animais eram vítimas de maus-tratos. Em 12 de agosto, fiscais do órgão apreenderam dois chipanzés e um hipopótamo, que foram recuperados na Justiça pelo circo.
Um laudo detalhado, em que ficou comprovado o mau tratamento dado aos animais fez com que o Ibama realizasse a Operação Arca de Noé para reaver os bichos. Antes, porém, os donos do circo ficaram sabendo da ação e fugiram com todos os animais na madrugada de 15 de agosto, mas as carretas foram interceptadas em Mato Grosso do Sul.
A viagem de volta a Brasília, feita às pressas com todos os bichos, menos o elefante e o rinoceronte, causou exaustão aos bichos. Um pônei não resistiu e morreu e uma camela teve sinais de desidratação.