Oitocentas mil pessoas devem visitar neste domingo (02/11) os seis cemitérios do Distrito Federal por motivo do Dia de Finados. A previsão é do coronel Edson Lima, da Secretaria de Justiça, que coordena os cemitérios e funerárias do DF e está baseado no movimento de visitantes que ocorre desde este sábado (1/11).
No Campo da Esperança, único cemitério do Plano Piloto de Brasília e o maior do Distrito Federal, num altar armado logo na entrada, estão sendo celebradas missas campais a cada 90 minutos, desde as 8 h e até as 17 h. Nos outros cinco cemitérios também está havendo o mesmo tipo de cerimônia religiosa.
;Tivemos que limitar o trânsito de veículos no interior do cemitério para facilitar a vida dos visitantes. Só está autorizada a entrada de veículos de pessoas idosas e portadoras de necessidades especiais, mas não está proibido para os outros. A demanda é muito grande e a gente sempre recomenda às pessoas que usem os estacionamentos mais próximos de cada cemitério, mas existe transporte de graça (vans) no interior dos cemitérios, para que os visitantes possam localizar os túmulos;, explicou o coronel.
O coronel disse que a falta de água nos bebedouros, motivo maior de reclamações dos visitantes: ;Por conta de débitos antigos, a Caesb cortou o fornecimento de água dos cemitérios. Para evitar transtornos, o GDF tomou a providência de abastecer os tanques dos por meio de caminhões-pipas;.
O estudante Igor Paulino Cardoso, que perdeu o pai recentemente, acha um descaso a questão da falta de água: ;Nós temos que pagar todo mês o carnê de manutenção do túmulo e a falta de infra-estrutura para atender os familiares e amigos só atiça mais a nossa dor;.
O servidor público federal Waldir Lírio, que visitava túmulos de parentes, diz que não gosta de surpresas e foi preparado para fazer uma faxina, com vassoura, pá e picareta, mas só precisou limpar o túmulo da sogra.;Venho sempre municiado: trouxemos seis garrafas d'água e não usamos vasos com flores para evitar a proliferação do mosquito da dengue. Uma boa opção é plantar as flores nos canteiros;, ensinou Lírio. Ele acha que este ano não deve chover, o que vai quebrar uma tradição do Dia de Finados.
O serviço mais procurado nos cemitérios é o de localização de jazigo, que fica na administração. ;Há famílias cujos entes já faleceram há muito tempo e não se lembram o local do túmulo. Existe um serviço informatizado à disposição deles para orientar na localização. Basta informar o ano da morte e o nome do falecido;, explica o coronel Édson Lima.
Na entrada do cemitério, as barracas dos vendedores de flores estavam bastante movimentadas. Os fregueses a toda hora queriam comprar rosas, margaridas e outras flores para enfeitar os túmulos. O coronel Édson Lima diz que o número de ambulantes sempre aumenta, mas fica por conta das administradoras fazer o cadastramento para que eles possam comercializar seus produtos nas imediações do cemitério.
Os preços estão superfaturados neste domingo. O mínimo cobrado por uma pequeno vaso de crisântemos é R$ 10,00. Mesmo assim, é possível conseguir um desconto e levar mais barato.