A última operação para recolhimento embalagens vazias de agrotóxicos conseguiu arrecadar 778 vasilhas, com um total de 250 kg. A operação, realizada na quarta-feira (29/10), pela Gerência de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria de Agricultura atingiu principalmente pequenos agricultores. ;Foi uma pequena quantidade desta vez;, comentou o gerente de Defesa Sanitária Vegetal da Seapa, Álvaro Caldas. ;Normalmente conseguimos encher entre dois e três caminhões de embalagens;, apontou o gerente.
Esta foi a sétima ação da Gerência, que realizará duas outras ainda neste ano: uma no Núcleo Rural do Rio Preto, em Planaltina, no dia 14/11, e outra, no dia 3/12, no Núcleo Rural de Sobradinho. No total, 11 localidades já foram atendidas pelo recolhimento itinerante. ;Estas embalagens de agrotóxicos serão destinadas a reciclagem orientada. No caso de impossibilidade de reutilização, elas serão incineradas;, explica o gerente.
As coletas são feitas em conjunto com técnicos do Núcleo de Controle de Agrotóxicos e do Instituto Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF). As embalagens são levadas para a sede da Associação dos Produtores do Núcleo Rural Santos Dumont, que fica em Luziânia.
Segundo Álvaro Caldas, a medida faz cumprir a Lei Federal 7.802, chamada de lei de agrotóxicos, que determina que os distribuidores do produto disponibilizem um meio de descarte das embalagens. Caso não haja essa prática, o meio ambiente pode ser prejudicado e até contaminado com os restícios do material.
Modelo internacional
Para o diretor presidente da João Cesar Rando, diretor-presidente do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), o principal benefício para a coleta é a proteção do meio ambiente.
;Hoje o Brasil é considerado uma referência no mundo na coleta das embalagens. O projeto que já funciona há 7 anos já consegue recolher de 95% dos produtos que vão para o campo;, explica o diretor-presidente. ;O país também é o que mais retira embalagens do mundo. Sozinho, o Brasil retira mais embalagens de circulação do que todos os outros países somados;, comemora.
No Distrito Federal só existem dois postos de coleta: um posto em Brazlândia e outro na região agrícola do Padef, que fica na zona rural de Planaltina. O posto central mais próximo fica em Luziânia-GO. Segundo o diretor-presidente o posto de Brazlândia passará, em breve, por uma reforma para virar um posto central de recolhimento. Contudo, enquanto não há a central, o Inpev informa que haverá coletas itinerantes para levar as embalagens para as áreas de reciclagem.
;É muito importante que o agricultor veja isso como um benefício para sua produção, além da proteção da saúde e do meio ambiente;, afirma Rando. Para ele, a maior conquista está na preservação do meio ambiente, já que anteriormente os produtores costumavam queimar as embalagens vazias. ;Conseguimos fazer com que 98 mil toneladas de carbono deixassem de ser emitidas até hoje, com esse sistema de destinação final de embalagens. Isso correspondem a 491 mil árvores plantadas;.
Segundo os números do instituto, o Goiás apresentou a melhor melhora no número de embalagens devolvidas, com um crescimento de mais de 67%. Entre janeiro e setembro de 2008, a coleta de embalagens no estado ultrapassou os 1,9 mil toneladas.
A Inpev também apóia um programa de educação para os agricultores, ensinando como lavar adequadamente os recipientes para que possam ser reciclados. Os que não são aproveitados, por não terem sido lavados ou por não serem laváveis, vão para incinerador.