A urbanização de regiões carentes e a melhoria no sistema de transporte público são as duas prioridades do governo para o ano que vem. O orçamento que o GDF enviou à Câmara Legislativa na última segunda-feira ; com previsão de receita de R$ 12 bilhões ; reserva R$ 1,5 bilhão para investimentos em obras e programas. Desse valor, pouco mais de R$ 1 bilhão será destinado para melhorias em regiões como Estrutural e Itapoã, além da construção de vias e da implantação do projeto Brasília Integrada. O orçamento será analisado pelos deputados distritais e ainda sofrerá modificações. A proposta tem que ser aprovada pelos parlamentares até 15 de dezembro.
O primeiro item na rubrica de investimentos é chamado pelos técnicos do governo de programa de redução da pobreza. O objetivo declarado é garantir melhorias para cidades mais pobres e sem infra-estrutura urbana. Isso significa, num primeiro instante, asfaltamento, sistema de esgoto, redes pluviais e iluminação pública. ;Mas dentro desses investimentos também estão a construção de escolas, de postos policiais e de restaurantes comunitários. Ou seja, de equipamentos públicos que garantam a melhoria da qualidade de vida dessas populações;, detalha o secretário de Planejamento, Ricardo Penna.
O prefeito comunitário de Itapoã, João da Silva Santos, elogiou a prioridade às áreas mais pobres. Mas ressaltou que investimentos em infra-estrutura não são as únicas necessidades dos moradores da região. ;Não adianta só colocar asfalto e esgoto. O governo precisa investir com a mesma ênfase em lazer e cultura, além de garantir emprego para os jovens;, explicou João da Silva. ;Se não houver oportunidades, as pessoas vão continuar caindo na criminalidade;, argumentou.
Além dos R$ 596 milhões destinados às regiões carentes, o governo separou R$ 468 milhões para a restruturação do sistema viário do Distrito Federal e para melhorias no sistema de transporte público da cidade. A idéia é evitar um caos no trânsito, já que Brasília tem hoje mais de 1 milhão de veículos em circulação. O programa Brasília Integrada, que prevê a construção de corredores exclusivos, a integração dos ônibus e do metrô, além da construção de viadutos, receberá boa parte dos recursos.
A expansão do metrô, com a construção de novas estações, é uma das saídas encontradas pelo GDF para convencer o brasiliense a deixar o carro em casa. Os trens subterrâneos receberão investimentos de R$ 53 milhões, que serão usados para a ampliação do metrô de Samambaia e para a construção da primeira estação do metrô na Asa Norte, ao lado do Hospital Regional da Asa Norte. ;Todas essas prioridades foram estabelecidas pelo governador José Roberto Arruda e fazem parte dos compromissos de campanha, que estão sendo cumpridos;, justificou o secretário de Planejamento, Ricardo Penna.
Saúde e Educação
Na área de saúde, os investimentos serão de R$ 60 milhões, dinheiro que será usado, principalmente, para equipar hospitais e postos, além de modernizar a rede. Na educação, os investimentos de 2009 vão alcançar R$ 85 milhões. O secretário de Planejamento destaca que os gastos com essas duas áreas, no entanto, são muito superiores, já que incluem o pagamento de pessoal e o custeio do dia-a-dia na rede. ;Saúde e educação correspondem a 30% de todo o orçamento do governo. Juntas, as duas áreas vão consumir R$ 3,5 bilhões. Mas os gastos principais são com custeio e pagamento de pessoal;, justifica.
Para a segurança pública, o orçamento do DF prevê investimentos de R$ 46 milhões. Também há outros R$ 200 milhões do Fundo Constitucional ; recursos repassados pela União ; para essa finalidade. Com esse dinheiro, o GDF vai ampliar a instalação de câmeras de segurança, construir postos policiais e centros de segurança comunitária.
O orçamento ; documento com mais de 3 mil páginas ; chegou à Câmara Legislativa na segunda-feira e agora será analisado pelos deputados distritais. O projeto chega à Comissão de Orçamento e Finanças e depois é fracionado em quatro partes, que são encaminhadas aos sub-relatores. Depois de aberto prazo para a apresentação de emendas, esses deputados mandam o resultado do trabalho para o relator geral, que vai unificar o material. Depois disso, o orçamento é votado em plenário. O prazo final para apreciação do texto é 15 de dezembro.
RESUMO DOS INVESTIMENTOS
De acordo com o orçamento enviado para a Câmara Legislativa
Implantação de vias
R$ 145 milhões
Execução de obras de urbanização
R$ 113 milhões
Construção da interbairros
R$ 90 milhões
Programa de conservação urbanística
R$ 88 milhões
Veículo leve sobre pneus (VLT)
R$ 65 milhões
Construção do edifício sede da Câmara Legislativa
R$ 54 milhões
Ampliações do metrô
R$ 53 milhões
Esgotamento sanitário de Águas Lindas
R$ 41 milhões
Implantação do Setor Noroeste
R$ 40 milhões
Construção do metrô leve do aeroporto à W3
R$ 38 milhões
Implantação da torre de TV digital
R$ 31 milhões
Melhorias na BR-450
R$ 31 milhões
Melhorias na iluminação pública
R$ 30 milhões
Construção de postos policiais comunitários
R$ 30 milhões
Criação de setores habitacionais
R$ 25 milhões
Programa Brasília Integrada
R$ 22 milhões
Urbanização da Vila Estrutural
R$ 20 milhões
Urbanização do parque Burle Marx
R$ 20 milhões
Construção de vilas olímpicas
R$ 20 milhões
Desenvolvimento de programas nacionais de segurança
R$ 19 milhões
Duplicação e recuperação da DF-150
R$ 18 milhões
Drenagem pluvial e urbanização do Plano Piloto
R$ 18 milhões
Programa de saneamento básico
R$ 16 milhões
Drenagem pluvial e urbanização de Taguatinga
R$ 13 milhões
Construção da Faculdade de Enfermagem de Samambaia
R$ 13 milhões
Aquisição de equipamentos para a Secretaria de Saúde
R$ 11 milhões
Integração do transporte público
R$ 11 milhões
Construção de ciclovias
R$ 11 milhões
Implantação do sistema de corredores de transporte público
R$ 11 milhões
Modernização da área fiscal
R$ 10 milhões
Implantação do Parque Capital Digital
R$10 milhões
Construção de unidades do sistema penitenciário
R$ 10 milhões
Urbanização do Setor Jardim Botânico
R$ 10 milhões
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