Um dos acusados de assassinar o desembargador Irajá Pimentel, 64 anos, entrou com um recurso especial no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar anular a decisão do Ministério Público (MP) em fazer um novo julgamento de seu caso. O primeiro julgamento feito por um Tribunal do Júri inocentou o mexicano Morelos Adolfo Verlage Vasquez, um fazendeiro que era vizinho da propriedade do desembargador. Contudo, o MP decidiu contestar o julgamento e a 2ª Turma Criminal anulou a decisão do Tribunal do Júri por falta de provas. Vazquez entrou com recurso no STJ e a 5ª Turma vai julgá-lo nesta quinta-feira (18/09).
O irmão do empresário mexicano, Rafael Verlage Vazquez, apontado como um dos mentores do crime, foi acusado em 2007 e cumpre pena de 16 anos de prisão. Outras cinco pessoas foram acusadas do crime: Ricardo Alexandre Pires pegou 27 anos e 10 meses, o ex-policial militar Mauri César Coelho recebeu a maior pena (29 anos e um mês). Já Kazorriro dos Santos Lima pegou 21 anos. Além da participação no homicídio, Kazorriro foi apontado como o responsável pelo roubo do carro usado na fuga. Os outros acusados respondem por homicídio qualificado e roubo triplamente qualificado, além de tentativa de homicídio duplamente qualificado da mulher do desembargador, que ficou ferida na emboscada.
Caso Irajá
O crime aconteceu em 15 de março de 2002 na calçada da residencial na 216 Sul. Pimentel tinha acabado de descer de seu apartamento para caminhar com a mulher, a juíza aposentada Heloisa Helena Duarte Pimentel, quando foi abordado por um rapaz aparentando entre 20 e 25 anos. O assassino disparou seis vezes contra Pimentel e fugiu em um Tempra. Quatro tiros acertaram o tórax do desembargador e dois a cabeça. Heloisa foi atingida de raspão no rosto. Em seguida, foi descoberta a relação complicada que Irajá mantinha com seus credores e a confusão em torno de suas propriedades, o que culminou com a prisão dos acusados que eram fazendeiros vizinhos do desembargador.