Populações de várias regiões administrativas do DF já conseguem se sentir mais protegidas após a chegada de postos policiais comunitários (PCS). ;Já roubaram nossas bicicletas e até nossos tênis, que estavam secando no segundo andar. Agora todos os moradores têm o sentimento de que estamos mais seguros;, comemora Leonardo Vidal, 19 anos, morador da QN 20, do Paranoá, que conta com uma unidade do posto há mais de um ano.
A nova política de segurança pública do Governo do Distrito Federal (GDF), que promove a integração entre a Polícia Militar e a comunidade no combate à violência, prevê a inauguração de 300 Postos Comunitários de Segurança (PSC) até 2010.
Brazlândia recebeu, em maio, a primeira das 24 unidades em funcionamento no DF. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) pretende inaugurar outros 38 postos até dezembro (veja arte).
Múltiplas ações
Além de atuarem no patrulhamento da área, os policiais dos PCS atendem as mais variadas chamadas: roubos, furtos, brigas. O critério adotado para escolher os primeiros pontos que receberiam a novidade foi garantir ao menos um posto em cada Região Administrativa.
Passada essa fase, a determinação dos novos endereços tem como base o levantamento realizado pela Secretaria, que aponta os locais mais vulneráveis, com índices de criminalidade mais expressivos e mais afastados das unidades policiais.
O GDF ainda não dispõe de números que demonstrem a eficácia da iniciativa, mas uma comissão multidisciplinar formada por integrantes da Polícia Militar, SSP e pela gerência do projeto deverá produzir um documento de avaliação nas próximas semanas.
;Quando tivermos 30 postos, a comissão irá percorrer as unidades para checar as dificuldades, as iniciativas que estão dando certo e falar com moradores;, explica o coronel Penna.
Para exercer a nova função nas comunidades, todos os policiais militares ; cerca de 18 em cada unidade ; estão sendo capacitados em curso com duas semanas de duração.
;Eles devem ser preparados para essa nova estratégia de buscar parceria com o cidadão. Trata-se de um projeto inovador que pretende massificar a filosofia do policiamento comunitário;, explica o gerente do projeto, Coronel Luiz Augusto Penna.
Críticas
Segundo o coronel José Vicente da Silva Filho, consultor de segurança pública, a decisão de instalar as unidades deve ser tomada em situações específicas. ;Acredito que a colocação desses postos só se justifica em comunidades distantes, por exemplo em locais onde o policiamento está a 15km de distância. De outra forma, acredito que rondas e policiamento ostensivos devem ser utilizados porque o policial precisa estar na rua, onde acontecem os crimes, e não em um posto;, critica.
O comandante geral da Polícia Militar, coronel Antônio José de Oliveira Cerqueira, rebate as afirmações e afirma que os PCS contarão também com um carro e duas motos para o patrulhamento nas ruas.
;As pessoas têm a idéia equivocada de que o posto é um estrutura engessada, mas os resultados até agora são excelentes e temos a informação de que em alguns locais o índice de criminalidade no perímetro do posto, que era grande, caiu para zero. É o caso do Riacho Fundo II;, conclui o coronel.
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