Grupos de defesa da criança e do adolescente fazem vigília em frente ao Departamento de Polícia Especializado (DPE) nesta sexta-feira (05/09) para acompanhar a transferência dos internos do Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje). A visita tem como objetivo vistoriar as condições das duas celas onde os 29 jovens ficarão provisoriamente. A falta de uma autorização da Vara da Infância e Juventude atrasou o procedimento, que só foi possível após acordo.
Estão presentes no local o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), além da Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Das dez pessoas envolvidas na visita apenas quatro foram libaradas para verificar o local. Elas não puderam conversar com os jovens e permaneceram nos cárceres por menos de 15 min.
Os jovens almoçaram feijoada com laranja e vão ter como lanche, ao fim da tarde, cachorro quente. Eles haviam sido transferidos no fim da noite desta quinta-feira (04/09)da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), onde foram autuados por danos ao patrimônio, cárcere privado e motim.
Entenda o caso
O clima de tensão começou após a morte de um dos 270 jovens internados no Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje), na noite da terça-feira (02/09). Ele estava em uma cela com outros três meninos havia quase 30 dias.
Na quarta-feira (03/09), os servidores da instituição decidiram paralisar as atividades como forma de protesto para exigir melhor infraestrutura de trabalho no Centro. A escola, as oficinas, as atividades físicas e o atendimento técnico ficam parados, de acordo com os funcionários, até que eles consigam uma audiência pública para tratar das dificuldades enfrentadas no trabalho.
Na quinta (05/09), foi a vez dos internos se rebelarem. Primeiro, dois jovens da ala sete, que abriga 32 menores infratores, queriam matar um colega de quarto. Pouco antes das 13h, houve um princípio de confusão na ala feminina provisória, que acomoda 21 meninas. A situação foi controlada por volta das 16h.
Memória
Tensão permanente
O clima de tensão, ocorrências de conflitos no Caje marcam a instituição. Este ano, em 12 maio Alisson Batista da Silva, de 18 anos, tinha acabado de cumprir o benefício do Saidão do Dia das Mães quando foi assassinado numa parada de ônibus na Asa Norte, enquanto esperava um ônibus para Planaltina. O crime estaria ligado a um acerto de contas, segundo a polícia. Uma testemunha que passava no local contou aos investigadores que momentos após o crime viu um homem armado em um Vectra, na altura da L4 Norte.
O dono do Vectra, segundo os policiais era o traficante Richardson dos Santos, que tinha contatos com Alisson. A polícia informou ainda que Richardson tinha ficado paraplégico após levar um tiro na coluna disprada por um primo de Alisson, que também morreu de foprma violenta. Richardson foi preso na época, mas negou ter matado o jovem. A políci