Jornal Correio Braziliense

Cidades

Tumultos causam tensão no Caje

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O Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje) enfrenta mais problemas na manhã desta quinta-feira (04/09). De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores do Caje, Cássio Alves, dois jovens da ala sete, que abriga 32 menores infratores, queriam matar um colega de quarto, que fizeram refém com uma faca improvisada no início da manhã. A polícia conseguiu controlar o tumulto rapidamente e dois menores tiveram ferimentos leves. Pouco antes das 13h, houve um princípio de confusão na ala feminina provisória, que acomoda 21 meninas. Os policiais também controlaram as internas rapidamente. Por volta das 14h, o Secretário de Segurança Pública, Valmir Lemos, chegou ao Caje. Ele disse que foi dar um abraço no secretário de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, Peniel Pacheco, que ainda não está no local. Pouco depois, uma fumaça preta começou a sair de uma das alas do centro, o que provocou correria entre os servidores, que entraram com extintores e cacetetes. Um carro e um caminhão-pipa do Corpo de Bombeiros e dois camburões da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) estão no local. O tumulto acontece dois dias depois que o interno André Luiz Alcântara de Souza, de 16 anos, morreu enforcado com uma toalha por três dos quatro colegas de quarto do Caje. Ele estava na ala provisória esperando julgamento da Vara da Infância e da Juventude (VIJ) e havia dito a avó, a dona-de-casa Maria Dornelas, 52 anos, que já tinha sido ameaçado por outros internos.O secretário de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, Peniel Pacheco, destacou a ação rápida dos servidores da entidade aos pedidos de socorro dos internos. Três agentes, além do pessoal especializado em primeiros socorros, conseguiram entrar no quarto dos jovens, retiraram o interno André Luiz e tentaram reanimá-lo, sem sucesso. Depois da morte do menor, os 450 servidores Caje decidiram nesta quarta-feira (03/09) paralisar alguns serviços por tempo indeterminado. Escola, oficinas, atividades físicas e atendimento técnico estão parados, de acordo com funcionários, até que eles consigam uma audiência pública com representantes das secretarias de Justiça e Cidadania, de Educação, de Saúde, de Governo, além do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e da VIJ.