Jornal Correio Braziliense

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Animais do Le Cirque têm melhora no estado de saúde, mas elefante continua no MS

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Depois de dez dias de peregrinação por Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, os animais do Le Cirque chegaram nesta quarta-feira (27/08) ao Zoológico de Brasília. Muitos dos animais apresentaram sinais de exaustão, mas desde o início da tarde, depois de terem sido medicados e conhecido seus novos recintos, já apresentam melhoras no estado de saúde. O Instituto de Meio Ambiente (Ibama) apreendeu os animais na semana passada por maus-tratos. Logo após conseguirem um mandado de segurança, os donos do circo deixaram a cidade, rumo a Campo Grande e Cuiabá.

Um elefante e um rinoceronte foram os únicos a permanecer no Mato Grosso do Sul. O elefante, com um machucado na pata, espera a alta do veterinário, que estava prevista para esta quarta-feira (27/08). Mas, segundo o coordenador da Divisão de Fiscalização de Fauna do Ibama, Antônio Paulo Ganme, o animal deverá ficar mais algum tempo em observação. ;Ainda não temos previsão de quando será o retorno;, acrescentou.

Com a notícia da perda de um dos pôneis, que morreu na madrugada de terça (26/08), o foco foi na saúde dos dois outros animais da mesma espécie, que também apresentavam infecções alimentares. ;A suspeita é que essa infecção tenha sido provocada pela mistura da comida com as fezes, além da imunodepressão pelo estresse da viagem;, explicou Ganme.
A melhora da fêmea de camelo Xuxa também é visível. Ela não precisa mais do soro e fica de pé. ;Ela está 70% melhor;, diz o coordenador. Ela sofria de desidratação, anemia, insuficiência renal e acidose lática.

Já a hipopótamo mergulhou no novo tanque de água depois de uma longa espera. O animal que vivia em uma piscina de 15 metros quadrados dentro da carreta, agora pode nadar em um tanque 20 vezes maior. ;De lá ela não sai nem com um decreto da justiça;, brincou Ganme.


O coordenador do Ibama também fez um alerta aos funcionários do Le Cirque que, segundo ele, abandonaram a carreta de transporte da hipopótamo no zôo. ;Se eles não vierem buscar até amanhã o veículo, vou pedir para o Detran tirar isso daqui e colocar no depósito;, ressaltou.


Nem todos os animais poderão permanecer no zoológico por falta de espaço. Girafas, elefantes e pôneis devem ser transferidos para outras localidades. Por enquanto, eles podem ser visitados de terça a domingo.

Entenda o caso

Uma carreta de 2,5m de largura com grades e temperatura elevada foi a moradia dos 17 animais do Le Cirque ; dois camelos, duas lhamas, duas girafas, dez pôneis e uma zebra ; por 10 dias, desde que saíram de Brasília. A última jornada, de Campo Grande (MS) para a capital federal, após decisão judicial que determinou a volta dos animais do circo para o Jardim Zoológico, durou 35 horas.

Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, o destino das carretas que levavam os animais era o Paraguai.

O pouco espaço ; que fez com que muitos animais não tivessem sequer condições de se mexer durante a exaustiva viagem de mais de mil quilômetros ; provocou a primeira perda. Na madrugada de segunda para terça-feira um dos pôneis morreu. A causa ainda não foi divulgada. Três outras carretas trouxeram dois elefantes e um hipopótamo.