Cidades

Motoristas que provocaram a morte de três mulheres na Ponte JK vão a júri popular

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postado em 27/08/2008 08:36
Paulo César Timponi e o músico Marcello Costa Sales serão submetidos a júri popular pela morte de três mulheres na Ponte JK. O juiz presidente do Tribunal do Júri de Brasília, João Egmont Lopes, pronunciou nessa terça-feira (26/08) os dois acusados por homicídio duplamente qualificado ; motivo torpe e risco à vida de outras pessoas. O acidente ocorreu em 6 de outubro do ano passado, quando o Golf conduzido por Timponi atingiu a traseira do Corolla das vítimas. Há suspeita de que ele e Marcello disputavam um pega na via de acesso ao Lago Sul. O magistrado também detalhou na sentença a necessidade da permanência de Timponi na prisão. Justificou-a com histórico de desrespeito às leis: ;(%u2026) visto que a real periculosidade do paciente, evidenciada na sua conduta (praticar disputa automobilística, com sinais de ingestão de bebida alcoólica e de outras substâncias entorpecentes ilícitas), aliado ao fato de o mesmo ter em seu nome diversas multas de trânsito por excesso de velocidade e responder a outras ações penais, tendo sido inclusive condenado por tráfico ilícito de entorpecentes;, escreveu. Timponi e Marcello escaparam, no entanto, das acusações de lesão corporal. Segundo a sentença de pronúncia de Egmont, não houve representação das duas vítimas que sobreviveram à tragédia na Ponte JK ; o marido de uma das vítimas, Luiz Cláudio Vasconcelos, e outro passageiro do Corolla tiveram ferimentos leves. Morreram na colisão Antônia Maria de Vasconcelos, 49, Altair Barreto de Paiva, 53, e Cyntia dos Santos Cysneiros de Assis, 34. Todas seguiam em direção ao Lago Sul no Corolla. Reação Ainda não há previsão para o julgamento no Tribunal do Júri de Brasília, pois os defensores podem recorrer ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF). Os advogados de Timponi não foram encontrados pelo Correio. Mas é provável que contestem a sentença de Egmont. O acusado, por exemplo, negou em depoimento ao Tribunal do Júri que estivesse embriagado ou drogado, em alta velocidade e participando de um pega no dia do acidente. Também sugeriu que o Corolla das vítimas o fechou pouco antes da batida fatal. O advogado de defesa de Marcello, Jonas Fontele, confirmou que recorrerá da decisão. Apesar de não se surpreender com a decisão do juiz presidente do Tribunal do Júri, reforçou que não há provas contra o cliente. ;A decisão era esperada. Nesta fase, bastam indícios para que o Tribunal leve alguém a júri popular. No caso do Marcello, nunca houve provas de que ele participava de um racha;, afirmou. Fontele também reforçou que o músico não conhecia Timponi. ;Ninguém participa de um pega com quem não conhece;, avaliou. Exemplo O economista Luiz Cláudio comemorou a decisão do TJDF. Para ele, é o momento de se fazer justiça em casos de morte no trânsito. ;Que as condenações deles (Timponi e Marcello) sirvam de exemplo para todos que saem às ruas de carro para matar. Muita coisa mudou depois desse acidente e espero que continue assim. Está na hora de acabar com punições por cestas básicas para quem mata no trânsito;, defendeu. Luiz Cláudio dirigia o carro atingido na traseira pela Golf de Timponi. A mulher dele, Antônia, estava acomodada no banco traseiro. Acabou arremessada após a colisão. Mesmo com a falta de provas contra Marcello, o economista acredita que o músico também deva ser condenado pela tragédia. ;Os dois têm de ir a júri popular, pois participavam de um racha. A nossa expectativa é de que isso ocorra logo;, afirmou. O advogado dele prevê que o julgamento comece em outubro de 2008. Mas os recursos podem adiá-lo para o próximo ano.

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