Jornal Correio Braziliense

Cidades

Samu afirma que não prestou socorro à mulher por falta de ambulâncias

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A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) afirmou em nota à imprensa que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (Samu) não prestou socorro a manicure Maria José Alves, 35 anos, porque não havia ambulâncias disponíveis no momento em que o serviço teria recebido as ligações. A SES-DF ainda admitiu que nem sempre todas as vítimas são atendidas, devido ao extenso número de chamadas diárias.

O Samu também reconheceu que foram atendidas duas ligações ; 11h41 e 11h44 ; de duas pessoas que teriam presenciado Maria José passar mal. No entanto, a vítima perdeu a vida porque as duas ambulâncias que prestam serviço na Asa Sul estavam na rua socorrendo duas outras vítimas. Um delas um paciente que teria sofrido uma queda na Rodoviária e a outra uma mulher em trabalho de parto, que foi levada ao Hospital Regional da Asa Sul.

O Samu confirmou que duas pessoas teriam ligado à procura de socorro para a vítima e disse que ;não recebeu nenhuma ligação da vítima, Maria José Alves; - que estava passando mal. Das 0h desta segunda-feira (11/08), até as 11h44, o Samu recebeu 570 chamadas.

Maria José Alves, moradora do P Sul, em Ceilândia, morreu nesta manhã, na W3 Sul, a caminho do hospital. Ela trabalhava em um salão da 506 Sul, no Plano Piloto, onde chegou por volta das 8h30 já passando mal. Às 11h40, aproximadamente, Maria José, acompanhada de seu filho de 14 anos, resolveu ir para o hospital. No meio do caminho sentiu falta de ar. A vítima começou a vomitar muito sangue, não resistiu e morreu no local.

Segundo a comerciante Anne Candace, de 25 anos, que trabalha em uma banca de jornais da 506 sul, próximo ao salão, ela ligou para o Samu duas vezes e eles informaram que não havia ambulância disponível. Depois disso, ligou para o Corpo de Bombeiros, mas, segundo ela, o socorro chegou após meia hora. O Corpo de Bombeiros informou, por meio de sua assessoria, que recebeu a chamada às 12h05 e chegou ao local cinco minutos depois.

A reportagem tentou contato com o Ministério Público do DF, mas devido ao Dia do Advogado não há expediente.