Apesar da baixa umidade ser antiga conhecida da grande maioria dos brasilienses, os problemas que a seca traz para a saúde não devem ser minimizados. Mesmo com a relativa melhora do clima nos últimos dias, a umidade ficará entre 20% e 55% nesta semana. Já a temperatura registrará mínimas de 15ºC e máximas de 29ºC. Indisposição, dor de cabeça, lábios rachados, pele ressecada, dificuldades respiratórias são alguns dos problemas que podem ser enfrentados pelos moradores do Distrito Federal nesta época do ano. Para amenizar sintomas desagradáveis, ou mesmo prevenir a evolução de um eventual mal estar para doenças mais sérias, é recomendável tomar alguns cuidados básicos nesse período.
Segundo o médico pneumologista Ricardo Martins, professor da Faculdade de Saúde da Universidade de Brasília (UnB), medidas simples podem evitar doenças como sinusite, rinite, resfriados e afins, e também a sensação de cansaço e indisposição causada pela baixa umidade. "O organismo precisa de temperatura e umidade adequadas para funcionar bem. Quando algum desses fatores está fora do normal, é preciso adotar ações de compensação", explica.
A primeira é mais básica dica para atingir o equilíbrio de que fala o médico é a ingestão de muita água durante o período de seca. O ideal é tomar dois litros por dia, o que equivale a um copo a cada hora. Também é válida a já tradicional prática de colocar um aparelho udimificador, uma bacia com água ou uma toalha molhada no quarto durante a noite.
No trabalho, o ideal é que o ar condicionado permaneça desligado, já que o aparelho resseca o ambiente. Caso seja inevitável que fique em funcionamento, a temperatura ideal em que deve ser mantido para que prejudique menos o organismo é 23°C. Se puder, fique longe do aparelho.
Na rua, evite regiões com grande fluxo de veículos, como a rodoviária do Plano Piloto o o centro de Taguatinga. A poluição atmosférica se adensa sem umidade, e o risco de doenças respiratórias é maior. De acordo com Ricardo Martins, nos meses de seca o Hospital Universitário de Brasília (HUB) chega a registrar alta de 30% no atendimento a esse tipo de problema.
Alimentação e exercícios
Ingerir comidas leves e ricas em líqüido - frutas, verduras, legumes - vai ajudar você a se manter mais disposto nos meses de baixa umidade relativa doar. Evite comidas gordurosas. Quem pratica atividades físicas deve optar pelo período da manhã ou pelo fim da tarde para se dedicar a elas.
Na pele
A equatoriana Maria José Yépez Manosalza, 21 anos, estudante do curso de Relações Internacionais da UnB, sentiu literalmente na pele os efeitos do clima seco de Brasília quando veio para o Brasil, em 2006. "No Equador eu morava em Guyaquil, uma cidade com clima bem úmido e há uma hora do mar. Minha pele ressecou toda, meus lábios racharam quando me mudei para cá", conta.
Hoje, hidratante após o banho faz parte da rotina diária da jovem. "Passo mais nos braços e pernas, e na época de seca reforço a quantidade que uso", conta. Ela também carrega um creme na bolsa para hidratar as mãos ao longo do dia e protege os lábios com manteiga de cacau.
Segundo Carmélia Reis, dermatologista do Hospital Universitário de Brasília, os cuidados adotados pela jovem estão mais do que certos. "A hidratação da pele é muito importante, porque não só repõe a água, como retém óleos existentes na superfície da pele que formam uma camada protetora. Essa camada age como uma barreira, que blinda contra as agressões externas", explica. Segundo ela, a pele demasiadamente ressecada pode apresentar sintomas como escamação, prurido (coceira), opacidade, aspereza e suscetibilidade a irritações.
Além do uso de hidratante, a médica recomenda, para a época de seca, banhos rápidos, com pouco sabonete e água morna para manter a pele saudável.