Igualmente planejadas para serem capitais, Brasília e Canberra (Austrália) assinam, na próxima semana, um termo de cooperação que as transformará em "cidades irmãs". Com a assinatura do documento, os governos locais poderão trocar idéias e experiências nas áreas de urbanismo, tecnologia e cultura.
A expectativa do secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do DF, Cassio Taniguchi, que representará o GDF em território australiano, é que o acordo estreite ainda mais os laços entre as duas cidades. Taniguchi vai levar uma carta do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, para o administrador da cidade de Canberra, Jon Stanhote. "Queremos ampliar essa parceria, que já existe nas questões urbanísticas, também nas atividades econômicas", explica.
O secretário também foi convidado pela Universidade de Melbourne para fazer uma palestra sobre o futuro das cidades. A escola tem debatido o planejamento urbano com visões estratégicas para horizontes temporais entre 2020 e 2035. No evento, Taniguchi vai apresentar projetos urbanísticos da capital brasileira como parques, o programa Brasília Sustentável e o conceito do setor Noroeste.
Motivos para considerar Brasília e Canberra "cidades irmãs" existem de sobra. As duas foram erguidas seguindo o conceito de cidade-parque, surgido no século 19. Os planos privilegiam a convivência harmoniosa das atividades urbanas com parques e áreas verdes.
Os pontos em comum não param por aí. Em ambos os casos, o projeto de construção da cidade foi escolhido através de concurso público e se tornaram referência em urbanismo. A diferença é que em Canberra essa experiência foi realizada há quase 100 anos, ou seja, meio século antes de Brasília.