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Roubos a comércios nas asas Sul e Norte sobem 35,5% no quadrimestre

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Era para ser mais uma tarde calma na mercearia do fim da Asa Norte. Um dos donos remexia no estoque da loja e a outra atendia clientes no caixa. Mas a rotina acabou quebrada por volta das 17h com a chegada de três bandidos, dois deles armados. Os poucos minutos em que o trio ficou no local serviram para espalhar o pânico. Renderam a todos, deram coronhadas na cabeça do proprietário e fugiram com o lucro. ;Não quero mais falar sobre o assunto. Meu peito dói só de lembrar daquele dia;, confessou uma das vítimas. O terror vivido pelo casal de comerciantes revela um drama da região central do Plano Piloto: a ação de jovens assaltantes nas comerciais das asas Sul e Norte. O crime incomoda em Brasília, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Houve 61 roubos nos primeiros quatro meses do ano contra 45 no mesmo período de 2007 ; o aumento é de 35,5%. Mas a curva também é ascende no restante do DF. São 821 casos no primeiro quadrimestre de 2008 contra 572 entre janeiro e abril do ano passado, crescimento de 43,5%. Os ataques ocorrem a qualquer hora do dia, mas com maior freqüência no fim do expediente. Bandidos armados invadem farmácias, panificadoras, butiques, locadoras, lotéricas, elétricas, bares, restaurantes. Alguns escolhem seguidamente o mesmo comércio. É o caso de uma padaria da 215 Norte, assaltada quatro vezes em 10 meses. O dono e os funcionários sofreram dois roubos e dois arrombamentos que causaram prejuízos de R$ 25 mil. O mais recente ocorreu em 23 de junho, quando o vidro e a fechadura de uma das portas escuras acabaram arrebentados. O comerciante escapou de mais perdas porque o alarme instalado havia pouco tempo disparou e afugentou os criminosos. Revólver e faca A situação mais complicada enfrentada pelo proprietário ocorreu em 17 de setembro do ano passado. Três jovens armados invadiram o estabelecimento às 21h ; horário de fechamento ;, renderam e amordaçaram o comerciante. ;Fiquei com um revólver na nuca e uma faca no peito, enquanto assaltavam o lugar. Hoje, se alguém estranho entra aqui, já fico com medo;, admitiu o dono da padaria, de 41 anos. Ele registrou ocorrência policial em todos os casos. E instalará um sistema de monitoramento de câmeras de vídeo no negócio. Além da panificadora, pelo menos três comércios da 215 Norte sofreram roubos. Uma lotérica fechou as portas. O lojista cansou da insegurança e decidiu alugar o ponto. Já uma das farmácias permanecerá no local, mesmo após o primeiro e, por enquanto, único assalto. Em março, por volta das 21h30, dois garotos de revólver em punho invadiram a drogaria e renderam cinco funcionários. Os rapazes não se intimidaram nem com as câmeras de vídeo. ;Levaram todo o dinheiro do caixa. Agora a gente fica mais atento e inseguro;, contou uma vendedora de 38 anos. Outra quadra visada por assaltantes na Asa Norte é a comercial da 107/108 Norte. Além de bares e restaurantes, a quadra chama a atenção pelas butiques. Algumas delas trabalham com a porta trancada. Fica, assim, a cargo da funcionária a escolha da clientela. ;Desde que a loja foi assaltada, o patrão orientou a deixar a porta travada. Tenho de estabelecer os critérios para quem vou abrir ou não;, revelou uma vendedora. O jovem assaltante invadiu a loja à tarde e armado. Ficou revoltado com a falta de dinheiro em caixa. E fugiu com vários vestidos femininos para ;a mãe, irmãs e tias;. Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense